14.02.21
Este será certamente um marco importante na minha vida. Meu pai com 84 anos, poeta e homem bom voltou a escrever um magnífico poema.
Os poetas são assim. De repente quando menos se espera ressuscitam nas palavras
Reparto convosco este momento de muita felicidade, pois desta vez “meu mestre” resistiu à tentação de escrever e não rasgar.
Por vezes um homem chora. Hoje choro de felicidade com a beleza deste poema
Pai,
Que montanha nos reserva o futuro
Se o futuro passou sempre por suas mãos?
Beijo as suas mãos, meu querido pai!
Rogério Martins Simões
NOTA: Meu saudoso pai faleceu 10 anos depois de ter escrito este belo poema. Meu pai
Está agora no alto da sua montenha,
Que saudade meu pai,
A MONTANHA
(José Augusto Simões)
Subi a montanha
Para ver a beleza
Queria falar sozinho
Com a natureza
Olhei para o céu
Mas não vi ninguém
Só vi umas nuvens
Em forma de véu
Ao chegar ao alto
Era muito cedo
Havia uma voz
- Tu não tenhas medo
Chegando ao cimo
Logo me deitei
Tudo era um sonho
Quando acordei
Desconhecia tudo
Onde me encontrava
Queria subir mais alto
Mas não tinha estrada…
Olhei para o lado
E vi um caminho
Uma voz me disse
Não subas sozinho
Pensei duas vezes
Não quis arriscar
Do alto do monte
Já só via o mar…
Como era tarde
Pensei em descer
O medo era tanto
Que me fez tremer
Assim a tremer
Vi uma escadaria
Eu desci por ela
Mas vi o que queria…
15/8/2006