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PÓVOA - PAMPILHOSA DA SERRA

José Augusto Simões, nasceu na Póvoa Pampilhosa da Serra em 1922 Faleceu em 2016

José Augusto Simões, nasceu na Póvoa Pampilhosa da Serra em 1922 Faleceu em 2016

 

DEDICATÓRIA

 

Blog dedicado a meu pai

JOSÉ AUGUSTO SIMÔES

Nasceu em 1922 e faleceu em 2016

E ao seu povo que o viu nescer.

Um Povo só é grande quando tem história.

A Póvoa tem uma bonita história:

a riqueza e a pureza do seu povo.

Esta é a homenagem e o agradecimento

 que presto a tão grande homem e ao poeta.

Do seu filho

Rogério Martins Simões


04.04.17

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SIGA A FESTA

Rogério Martins Simões

 

Continuo a pensar que a promoção deste quase abandono das terras do interior – da Beira Serra – foi, e é um grave erro político.

Quem conhece a Pampilhosa da Serra sabe que a maior parte da população é constituída por idosos. Quem lá vive, e conheceu o "antigamente", repara, apesar de algumas melhorias levadas a termo pelas Comissões de Melhoramentos e pela Câmara Municipal, que a juventude tende a "fugir", como sempre…

 

O desenvolvimento de um turismo "de ar puro", de "pura água cristalina", irá ter no futuro um enorme incremento e a Beira Serra tem todas as condições para ser um dos locais preferidos.

Mas um desenvolvimento não se pode fazer sem ter em conta a preservação dos sinais, dos locais, dos vestígios culturais de um povo. Perdoem-me: fico muito triste ao ver casas medievais arrasadas sem intervenção arqueológica. Salvaguardando a existência de carta arqueológica do concelho, que desconheço; considerando as notícias e os documentos históricos que nos dão conta daqueles locais terem sido povoados por povos primitivos, uma questão paira na minha cabeça: onde para o espólio arqueológico do Concelho? Talvez o defeito seja meu – tenho participado desde 1961 em trabalhos arqueológicos nomesadamente medievais e olho os sítios de uma maneira diferente.

Talvez me preocupe demasiado… com estes assuntos. Porém, tomem a devida nota: daqui a alguns séculos haverá pelas serras grupos de arqueólogos a procurarem o que indevidamente destruíram, deixaram destruir e irão destruir.

Não se culpe o povo! O povo que não dá valor a cacos velhos partidos.

- Ainda que fosse algum tesouro!?

O maior tesouro da Pampilhosa está no seu povo e nos sinais da sua presença – na sua riqueza cultural que se vai definitivamente arrasando.

Deixando estas considerações o Concelho da Pampilhosa da Serra carece de mais infraestruturas, de estradas sem curvas a ligar às grandes redes viárias. O Concelho na Pampilhosa da Serra, a Beira Serra, apesar de ser o pulmão de Portugal, e fonte quase inesgotável da água que abastece Lisboa e não só, não foi, nem é compensado, bem pelo contrário: é simplesmente votado ao abandono. Mais uma vez lhes digo: virá o dia em que a água terá mais valor que o então extinto petróleo e o ar será disputado pelos povos.

O Lar da Santa Casa da Misericórdia da Pampilhosa da Serra e a fixação de idosos às suas velhas aldeias é um exemplo a seguir e a fomentar. Existe acompanhamento e assistência no domicílio a idosos que, assim, continuam ligados às suas aldeias. Seguindo esta ideia, sabendo e conhecendo que muitas aldeias já estão abandonadas definitivamente, penso que poderiam ser apoiadas, essas aldeias e esses lugares, criando condições de vida para lá morarem os idosos que quisessem em vez de os colocarem em "silos". Falo concretamente em habitações - casas individuais ou coletivas com todas as condições. Falo em disporem de equipamentos de lazer, falo em investimento e em criação de postos de trabalho.

Dou mais uma vez o exemplo da aldeia onde meu pai nasceu, a PÓVOA. Os idosos que por lá vivem são bem mais felizes que os colocados em lares da terceira idade: Mulheres e homens jogam às cartas na casa do povo, semeiam e cultivam pequenas hortas próximas de casa e, agora que finalmente o Governo "acordou" para a injusta perseguição aos produtos tradicionais, talvez possam voltar a criar alguns animais para consumo caseiro, como sempre o povo criou.

Talvez volte a "petiscar" uma canja de galinha ou uns torresmos sem serem de "aviário".

Esta é a mensagem que vos quero deixar, num tempo de festas de verão, num tempo de aldeias e casas cheias. Pena que seja curto e novamente o povo trilhe os caminhos da diáspora.

Mas os tempos são de "mudança"! Siga a festa!

Lisboa, 5 de Agosto de 2008

Rogério Martins Simões

 


14.08.08

 

 20 de Maio de 2008

 

Pai parabéns hoje é o dia do seu aniversário!

Como vê fiquei acordado até tarde para passar a limpo e publicar o seu último poema neste dia em que faz 86 anos de idade.

 

Todo feliz, aí, na sua Póvoa, na sua Pampilhosa da Serra! Com que então veados e gazelas?

 

Feliz aniversário meu querido pai e que a vossa presença, meus pais, continue a encantar as nossas vidas.

O seu filho mais velho

Rogério Martins Simões

 

 

 

 

 

 

BEIRA SERRA

 

José Augusto Simões

 

Conheço a Beira Serra

É bonita não é feia

Montanha, montes e vales

Muita terra e pouca areia.

 

Os matos dos seus terrenos

Cheios de encanto e beleza

Todos ali foram criados

Pelo poder da natureza

 

Falando da sua existência

Não é uma palavra em vã

Toda a Beira Serra começa

Na linda vila da Lousã

 

Chegando ao Vilarinho

Começa a subir e não erra

Três Concelhos se juntam

Góis, Arganil e Pampilhosa da Serra.

 

Três serras bem conhecidas

Fazem a Beira mais bela

Serra da Lousã e do Açor

E a linda serra da Amarela

 

Havia tantas aldeias

Dispersas por todas as serras

Todas tinham muita gente

Cultivando as suas terras

 

Era tudo gente pobre

Todos mudaram de ideias

Pensaram mudar de vida

Abandonaram as aldeias

 

Era gente de trabalho

Conseguiram uma vida boa

Emigraram para o estrangeiro

A maior parte para Lisboa

 

As aldeias abandonadas

Ruas estreitas e vielas

São agora habitadas

Por veados e gazelas

 

Pudera voltar a subir

Do Vilarinho ao Trevim

Vendo esses frescos matos

E a flor do alecrim

 

Pudesse descer outros caminhos

Com alegria e saudade

Iria fazer a última visita

À Senhora da Piedade.

 

Maio de 2008

 

 

Todos os poemas escritos e publicados neste blog

da autoria de Rogério Martins Simões,

ou sob pseudónimo, ROMASI,

estão devidamente protegidos pelos direitos de autor.

(Registados no Ministério da Cultura

- Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C. –

Processo n.º 2079/09)

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Memórias e poesia de um Beirão

nascido em Maio de 1922.

.Poesia e muita sabedoria de um poeta serrano com 91 anos



Obrigado pela visita ao blog do meu pai,

homem notável, impedido de estudar

por ter ficado órfão de pai e mãe aos 14 anos.

A sua memória é notável

sabe de tudo

é uma casa cheia!

Viva a poesia.

e se a vida não nos conhecer

porque nos esqueceu,

lembremos à vida que existimos e vivemos.

Obriga meu querido pai

por me ter ensinado

a escrever poesia

Seu filho, vosso filho

Rogério Martins Simões



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