19.08.16
O SOL
José Augusto Simões
Sol divino, Sol divino
Lindo é vê-lo nascer
É mais um dia na vida
Deus nos dá para viver
Sol divino, Sol divino
Que ilumina toda a terra
Desde o mais profundo vale
Até ao mais alto da serra
Sol divino, Sol divino
Que nos dá tanta alegria
Acaba a noite cerrada
E irrompe o claro dia
Sol divino, Sol divino
Nos dá tanta beleza
É a estrela mais bela
Que nos dá a natureza:
Quando está ao pé do rio
Em cima de uma cascata
O fundo parece de ouro
A água da cor da prata
Todo o ser vivo se mexe
Quando vê nascer o Sol
Os passarinhos cantam
Trina o lindo rouxinol
Rouxinol que bem cantas
Onde aprendeste a cantar?
- No cimo daquele salgueiro
Com os ramos a abanar!
Todas as aves cantam!
Cada qual com sua voz!
Eu já acompanhei o rio…
Da nascente até à foz
Estou velho! Tu és menino
Nunca irás envelhecer
Sol divino, Sol divino
Sem ti não posso viver
Lisboa, 25/9/2007
DEDICADO AO POVO DE PRAÇAIS
PAMPILHOSA DA SERRA
Com este poema, do meu querido e falecido pai, pretendo agradecer a todos – e foram muitos – Que me enviaram mensagens de condolências. Assim, na impossibilidade de me dirigir a cada um de vós, e por acreditar que meu pai está na luz, nada melhor que reeditar o seu poema “Sol” Divino de José Augusto Simões.
E a mim, seu filho, cabe-me dedicar a meu pai o meu poema: POETA ESTAIS DE PARTIDA
POETA! ESTAIS DE PARTIDA
Retomo a minha viagem,
E peço aos céus a coragem,
Para enfrentar a descida…
Parte barco numa onda:
Que o meu corpo se esconda
Do aceno na despedida.
Vai o barco a soluçar,
E no cais fica a chorar
Uma lágrima despida…
Mar que bem cedo se agita,
Que chama o arrais que grita:
Poeta! Estais de partida…
Meu barco que não comando
Diz, aos céus, por seu desmando
Que a viagem acaba ali…
E a alma vendo-me triste,
Solta o corpo que resiste,
Olha o meu barco, e sorri…
Praia das Bicas, Meco, 07-10-2011 20:00:42
Simões, Rogério, in “GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO”,
(Chiado Editora, Lisboa, 1ª edição, 2014)