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PÓVOA - PAMPILHOSA DA SERRA

José Augusto Simões, nasceu na Póvoa Pampilhosa da Serra em 1922 Faleceu em 2016

José Augusto Simões, nasceu na Póvoa Pampilhosa da Serra em 1922 Faleceu em 2016

 

DEDICATÓRIA

 

Blog dedicado a meu pai

JOSÉ AUGUSTO SIMÔES

Nasceu em 1922 e faleceu em 2016

E ao seu povo que o viu nescer.

Um Povo só é grande quando tem história.

A Póvoa tem uma bonita história:

a riqueza e a pureza do seu povo.

Esta é a homenagem e o agradecimento

 que presto a tão grande homem e ao poeta.

Do seu filho

Rogério Martins Simões


20.02.09

 

(Foto do Rancho Folclórico da Pampilhosa da Serra)

 

 

 

DANÇAM AS MOÇAS SOLTEIRAS
Rogério Martins Simões
 
Refrão
 
Dorme, dorme, passarinho…
No cimo!, à minha beira
De que servem lençóis de linho?
Minha mãe morreu solteira!
 
 
Cantem as moças brejeiras
Há muito trigo p´ra comer…
Dancem casamenteiras
De que serve solteiras ter?
 
Minha mãe me vou lavar
Nas margens do meu rio
Quem me quer para casar?
Minha mãe tremo de frio…
 
Dorme, dorme, passarinho…
No cimo!, à minha beira
De que servem lençóis de linho?
Minha mãe morreu solteira!
 
A galinha põe os ovos
O galo canta e preguiça…
Casaram os moços novos
Outros foram dizer missa
 
 
 
Os ovos já não dão pintos
Os pintos não irão nascer…
No peito crescem jacintos…
Quem virá para os colher?
 
Dorme, dorme, passarinho…
No cimo!, à minha beira
De que servem lençóis de linho?
Minha mãe morreu solteira!
 
Nos potes das velhas casas
Há azeitonas com fartura
- Meninas batam as asas…
Quem fica perde ventura.
 
Nas leiras lavravam machos
Nas adegas corria o vinho
Tiraram o mosto aos cachos…
O meu bem vai a caminho…
 
Dorme, dorme, passarinho…
No cimo!, à minha beira
De que servem lençóis de linho?
Minha mãe morri solteira!
 
Lisboa, 6 de Agosto de 2008
 

 


18.02.09

 

(Óleo sobre tela

da minha querida e amada companheira

Elisabete Maria Sombreireiro Palma

 

 

 

SAUDADE
Rogério Martins Simões
 
Logo!, logo muito cedo,
Quando a manhã cereja,
Irrompe a luz sem medo:
Bendita! Bem-vinda seja!
 
Descobre o meu olhar.
Entra sem bater à porta.
Memórias a despontar
Quando o sol já conforta:
 
Velho!, velho moleiro!,
Onde está a vossa mó?
Tenho milho no celeiro
Da lavra da minha avó.
 
Velho!, meu velho oleiro
Para quê a vossa roda?
O pote partiu… primeiro
O cântaro saiu de moda
 
Logo!, logo muito cedo,
Quando o sol me beija,
Irrompe a luz sem medo:
Bendita! Bem-vinda seja!
 
Lá vai o senhor Manuel!,
Com sua junta de bois…
- Que leva no seu farnel
Para comer no depois…?
 
Lá vai senhora Maria
A caminho da horta:
Andai! Que já se fez dia
E a noite bate à porta.
 
Melro que és atrevido
Vai dizer à minha avó:
Que não tenho marido…
Ai!, quanto me sinto só!
 
A galinha cacareja!
O galo anda a monte…!
Passa rente a narceja
Mergulha na água da fonte.
 
E logo, logo muito cedo,
Quando a manhã cereja,
Acendam a luz sem medo…
Em casa tudo boceja…!
 
Os filhos gritam e choram.
Os pais partem apressados.
Só os pardais namoram:
Nos beirais e nos telhados
 
Não há sinos a tocar.
Nem igrejas o almejam…
Perdeu-se o verbo amar:
Nem já filhos se desejam.
 
E vós meu velho ferreiro
Onde tendes vossa forja…
Ceifeira partiu primeiro
Foi-se!, e sobrou a corja…
 
A corja… anda perdida!
Ao povo falta o pão!
As poupanças de uma vida
Que nem valem um tostão.
 
E eu!, volto p´ra aldeia
Vou semear a ventura
Conservai a velha candeia…
Irei colher na ternura.
 
E logo, logo muito cedo,
Quando a manhã me veja
Acolherei a luz sem medo
Bem-vinda! Bendita seja!
 
Lisboa, 8 de Outubro de 2008
 
Concluído em 13-10-2008 22:29
 

Todos os poemas escritos e publicados neste blog

da autoria de Rogério Martins Simões,

ou sob pseudónimo, ROMASI,

estão devidamente protegidos pelos direitos de autor.

(Registados no Ministério da Cultura

- Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C. –

Processo n.º 2079/09)

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Memórias e poesia de um Beirão

nascido em Maio de 1922.

.Poesia e muita sabedoria de um poeta serrano com 91 anos



Obrigado pela visita ao blog do meu pai,

homem notável, impedido de estudar

por ter ficado órfão de pai e mãe aos 14 anos.

A sua memória é notável

sabe de tudo

é uma casa cheia!

Viva a poesia.

e se a vida não nos conhecer

porque nos esqueceu,

lembremos à vida que existimos e vivemos.

Obriga meu querido pai

por me ter ensinado

a escrever poesia

Seu filho, vosso filho

Rogério Martins Simões



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