15.08.08
DEDICADO AO POVO DE PRAÇAIS
PAMPILHOSA DA SERRA
OBRIGADO!
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15.08.08
DEDICADO AO POVO DE PRAÇAIS
PAMPILHOSA DA SERRA
OBRIGADO!
14.08.08
20 de Maio de 2008
Pai parabéns hoje é o dia do seu aniversário!
Como vê fiquei acordado até tarde para passar a limpo e publicar o seu último poema neste dia em que faz 86 anos de idade.
Todo feliz, aí, na sua Póvoa, na sua Pampilhosa da Serra! Com que então veados e gazelas?
Feliz aniversário meu querido pai e que a vossa presença, meus pais, continue a encantar as nossas vidas.
O seu filho mais velho
BEIRA SERRA
Conheço a Beira Serra
É bonita não é feia
Montanha, montes e vales
Muita terra e pouca areia.
Os matos dos seus terrenos
Cheios de encanto e beleza
Todos ali foram criados
Pelo poder da natureza
Falando da sua existência
Não é uma palavra em vã
Toda a Beira Serra começa
Na linda vila da Lousã
Chegando ao Vilarinho
Começa a subir e não erra
Três Concelhos se juntam
Góis, Arganil e Pampilhosa da Serra.
Três serras bem conhecidas
Fazem a Beira mais bela
Serra da Lousã e do Açor
E a linda serra da Amarela
Havia tantas aldeias
Dispersas por todas as serras
Todas tinham muita gente
Cultivando as suas terras
Era tudo gente pobre
Todos mudaram de ideias
Pensaram mudar de vida
Abandonaram as aldeias
Era gente de trabalho
Conseguiram uma vida boa
Emigraram para o estrangeiro
A maior parte para Lisboa
As aldeias abandonadas
Ruas estreitas e vielas
São agora habitadas
Por veados e gazelas
Pudera voltar a subir
Do Vilarinho ao Trevim
Vendo esses frescos matos
E a flor do alecrim
Pudesse descer outros caminhos
Com alegria e saudade
Iria fazer a última visita
À Senhora da Piedade.
Maio de 2008
13.08.08
(Pampilhosa da Serra foto Padre Pedro)
EU NASCI NUMA CASA POBRE
Eu nasci numa casa fundeira
Cresci numa casa da serra
As ruas eram a estrumeira
Do esterco se alimenta a terra
As casas eram velhinhas
Mas tinham boas lareiras
Minha mãe e as vizinhas
Levavam estrume p´ras leiras
Só se juntavam à noite
Ou quando estava a chover
Punham lenha na fogueira
Para todos bem receber
Éramos todos primos e amigos
Todos juntos a conviver
Punha-se mais lenha no lume
Foi ali que aprendi a ler
Todas elas nos contavam
Cada qual a sua história
Atentos todos escutavam
Tudo ficava na memória
Depois de tantas histórias
Coisas que havias nas terras…
Tínhamos as nossas glórias
Subíamos ao alto das serras
Quando chegámos ao cimo
Avistávamos o horizonte
Era a serra mais alta
No largo tinha uma fonte.
Saía a água da rocha
Muito pura e cristalina
Logo os dois nos baixámos
Para beber água tão fina.
Quando olhámos os astros
Vimos o sol a nascer
Era a coisa mais bonita
Que podia acontecer
Depois de o sol arraiar
Corremos todos os montes
Em todos os vales corria
Água em todas as fontes
Terras cobertas de matos
Tão bonitas, uma beleza
Todas ali se criaram
Com o sol da natureza
Depois descemos para a aldeia
Com saudade e alegria
Já sabíamos muitas coisas
Era verdade o que se dizia.
Já na escola fui aprender
A lição que já sabia
Recordo e não irei esquecer
A lição de astrologia.
Lisboa, 12 de Dezembro de 2006
12.08.08
(Foto de Padre Pedro na Póvoa)
O MEU PENSAMENTO
(Versos de meu pai)
Há no mundo muita gente
Que não faz bem a ninguém
Não pensa que vai morrer
E deixa tudo o que tem.
Eu nunca pensei assim
Porque sei que não vou viver
Riqueza pouco me interessa
Interessa é bem-fazer.
De tudo o que nós levamos
Na hora da despedida
È o bem que cá fizemos
Nos tempos da nossa vida
Bom seria que pensassem
Segredos que a vida tem
Passariam toda a vida
Sem fazer mal a ninguém
A nossa alma é pequena
Mas grande é o pensamento
Ajudar a quem precisa
È dever de toda a gente.
Há no mundo pouca gente
Que pense fazer o bem
E não há coisa mais bela
Do que dar a quem não tem.
Quem me dera ter nascido
E a toda a gente ajudado
Feliz por ter cumprido
Morreria descansado.
A Alma que ninguém a vê
Para o homem é mistério
Não se sabe se tem outra vida
Ou acaba no cemitério.
Todos devemos pensar
Que andamos enganados
Quando o mundo deixarmos
Podemos ser condenados.
Muito tempo ou pouco tempo
Que a gente pode viver
Não podemos descobrir
O que nos irá acontecer
Que Deus a todos perdoa
Na hora da despedida
Dos sofrimentos passados
Enquanto tivermos vida
De tudo o que a vida nos deu
Tudo vamos esquecer
A vida tem destas coisas
O nosso fim é morrer.
Obrigado meu pai por me ter ensinado tão cedo a escrever poesia.
Obrigado por me ter dado a conhecer os poetas.
Obrigado pela vida e pelo seu exemplo de vida.
PAI
No céu vejo uma estrela
No etéreo, Deus nos receberá
Meu pai é a luz mais bela
Que no firmamento brilhará.
Vou pedir a Deus por escrito
Que nos junte aos dois no céu
E me chame ao primeiro grito
Com a força que ele nos deu.
23-03-2004
10.08.08
(foto Padre Pedro - Pampilhosa da Serra)
A MONTANHA
(
Subi a montanha
Para ver a beleza
Queria falar sozinho
Com a natureza
Olhei para o céu
Mas não vi ninguém
Só vi umas nuvens
Em forma de véu
Ao chegar ao alto
Era muito cedo
Havia uma voz
- Tu não tenhas medo
Chegando ao cimo
Logo me deitei
Tudo era um sonho
Quando acordei
Desconhecia tudo
Não sabia nada
Queria subir mais alto
Mas não tinha estrada…
Olhei para o lado
E vi um caminho
Uma voz me disse
Não subas sozinho
Pensei duas vezes
Não quis arriscar
Do alto do monte
Já só via o mar…
Como era tarde
Pensei em descer
O medo era tanto
Que me fez tremer
Assim a tremer
Vi uma escadaria
Desci por ela
Vi o que queria…
15/8/2006
09.08.08
(Foto do meu casamento)
Recordo mulher aquele dia
Recordo mulher aquele dia
Em que o dia nos deu luz
Saudade e muita alegria
Meu coração no teu depus
Dei-te a mão, mão na mão
Sentados num banco do jardim
Foi meu, foi teu, o coração
Que ainda brilha em mim
A vinte e sete de Abril
Fizemos uma escritura
Que só podia cessar
Na campa da sepultura
Quando fomos à igreja
Fizemos um juramento
Quem ama filhos deseja
E foi tão lindo o momento
Três filhos que Deus nos deu
Temos os três no coração
São todos bem-educados
Com respeito e posição
Hoje já estamos velhos
Mas entendemo-nos bem
Os nossos filhos não esquecem
Os pais que no mundo têm
Lisboa 27 de Janeiro de 2007-03-19
07.08.08
(Óleo sobre tela Elisabete Sombreireiro Palma)
ESTIVE UM DIA NO CÉU
(
Saí um dia de casa
Encontrei-me num jardim
Olhei para todos os lados
O jardim não tinha fim
Era um jardim tão bonito
Viam-se lá tantas flores
Bancos por todo o lado
Feitos de diversas cores
Jardim assim tão lindo
Não tinha visto igual
Uma voz me respondeu
- É o jardim Celestial
Sentei-me num banco
Olhei se vinha alguém
Era tudo tão branco
Não aparecia ninguém
Deixei-me estar mais tempo
Para ver se via alguém
Logo apareceu no jardim
Meu pai e a minha mãe
Os dois me abraçaram
E começaram a chorar
- Eras um filho tão querido
Partimos sem te criar…
Duas senhoras chegaram
Mostrando um certo cansaço
Eram as minhas duas irmãs
Para me darem um abraço
Duas meninas corriam
Cansadas, deram um ai
As duas me beijaram
- Bom dia querido pai
Apareceram dois meninos
Sorrindo com satisfação
Assim os dois me saudaram:
- Bom dia querido irmão
Depois da família junta
Tudo se pôs a cantar
Até os anjos do céu
Desceram para tocar
Uma coisa tão bonita
Há muito tempo não via
Só em Viana do Castelo
Na Senhora da Agonia
Assim acabou a festa
Toda a gente desapareceu
Era tudo gente nova
O mais velho era eu
Acordei! Ficou o sonho
Todo cheio de alegria
Afinal eu não vi nada
Era tudo fantasia…
Lisboa, 2 de Fevereiro de 2007
07.08.08
(Foto do casamento de José Augusto Simões & Isabel Martins de Assunção)
FLORES DA PRIMAVERA Tenho no céu flores mil Tenho na terra o coração As mais belas flores de Abril São as que estão em botão Eu nasci na Primavera Lindos meses lindas cores Em todos os jardins e campos Crescem as mais belas flores As flores na Primavera Crescem em qualquer recanto Olha-se para todos os lados Só se vê um lindo manto. As pessoas vão para o campo Só para ver as belas flores Por vezes nestes passeios Arranjam-se lindos amores… Os amores da Primavera São as flores mais mimosas Apanham no mês de Maio Lindos cravos, lindas rosas As rosas da Primavera Não se podem deitar fora Quando se tratam mal as flores Toda a Primavera chora Tenho no céu flores mil Tenho na terra o coração A mais bela flor de Abril A preservo desde então Em Abril rosa tão bela Bela rosa de estimação Ainda hoje a tenho guardado Dentro do meu coração! Novembro de 2006
05.08.08
(Eira)
José Augusto Simões e primas
01.08.08
(Ilha do Sal)
TEM O NOME DE SARA
(
Não conheço Cabo Verde
Deve ser terra formosa
Mandou para Portugal
Uma flor tão mimosa.
Tem o nome de Sara
Seria, outro qualquer
Tem o curso de Doutora
Esta jóia de mulher.
Quando ela sai à rua
Com seu fato de cetim
Até as pedras que pisa
Ficam cheias de alecrim.
Quando caminha na rua
Todo o seu andar tem graça
Até a árvore se verga
P´ra ver a rosa que passa
A mãe que a deu à luz
Deve ter muita alegria
Por ter no mundo uma filha
Com tão grande simpatia!
O jovem que a escolheu
Teve uma boa opção
Deve tê-la bem guardada
Dentro do seu coração.
18/8/2006
(Agradecimento, pela ajuda que me tem dado em toda a minha doença. J.A.S. 84 anos)
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