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PÓVOA - PAMPILHOSA DA SERRA

José Augusto Simões, nasceu na Póvoa Pampilhosa da Serra em 1922 Faleceu em 2016

José Augusto Simões, nasceu na Póvoa Pampilhosa da Serra em 1922 Faleceu em 2016

 

DEDICATÓRIA

 

Blog dedicado a meu pai

JOSÉ AUGUSTO SIMÔES

Nasceu em 1922 e faleceu em 2016

E ao seu povo que o viu nescer.

Um Povo só é grande quando tem história.

A Póvoa tem uma bonita história:

a riqueza e a pureza do seu povo.

Esta é a homenagem e o agradecimento

 que presto a tão grande homem e ao poeta.

Do seu filho

Rogério Martins Simões


05.03.04

(Foto da autoria do padre Pedro)

 A vida dura dos serranos.

Os tempos de antigamente I

Nos meus tempos de criança, a maioria das pessoas das aldeias serranas, alimentavam-se praticamente dos produtos que cultivavam: batatas, cebolas, feijão verde e seco, couves, nabos, alfaces, tomates, pimentos e outros vegetais e do milho faziam a broa.

Todas as terras eram cultivadas, mesmo que só tivessem 3 ou 4 metros quadrados, bastava que fossem próprias para semear qualquer coisa.

As videiras eram plantadas junto às paredes que serviam para segurar a terra. Também haviam frutas de diversas qualidades, árvores que tinham sido postas pelos nossos avós e pelos nossos pais, assim como as oliveiras que, nesse tempo, havia em grande quantidade.

Dava gosto, nos meses de Primavera e de Verão, ver aquelas barrocas e alqueives, todas vestidas de verdura e todas muito bem cultivadas, coisa que hoje já não acontece.

Também todas as famílias criavam de um a três porcos. Normalmente, a matança era feita em Novembro, das suas carnes faziam os enchidos, que eram secos ao fumeiro.

As restantes carnes, presuntos, pás, coleira e toucinho, eram muito bem salgadas e postas dentro da salgadeira, uma arca de madeira que servia especificamente para esse fim, guardada na zona mais fria da casa.

A carne estava no sal 30 a 40 dias, passado esse tempo era retirada e pendurada nas paredes da lareira, para ficar bem curada e, assim, ficava preparada para consumo de todo o ano.

Peixe, só havia sardinha, que vinha já com sal, da Figueira da Foz ou de Mira. Era transportada em antigas camionetas até ao Rolão, e daí até à Pampilhosa era transportada em carros de bois, por caminhos de cabras onde podiam passar os animais.

A feira (actual mercado) era só feita uma vez por mês e as pessoas compravam logo 5 ou 6 centos, de sardinhas, para consumo do mês. Nesse tempo o seu preço regulava entre um escudo e um escudo e cinquenta centavos. Às vezes eram ainda mais baratas, mas, mesmo assim, havia famílias que as compravam com muitas dificuldades, visto haver muito pouco dinheiro, apesar de ser a sardinha o peixe dos pobres.

Mas, se não estou em erro, a estrada chegou à Pampilhosa no ano de 1930 e então a vida mudou completamente: a camioneta de passageiros deixou de fazer a paragem no Valongo visto que era aí que se tinha de ir apanhar com destino à Lousã, passando a receber os passageiros na Pampilhosa. Os transportes passaram a ser feitos em antigas camionetas e parte das mercadorias eram igualmente transportadas, juntamente com as pessoas.

E, assim, a feira deixou de ser feita de mês a mês, passando a fazer-se de 15 em 15 dias.

Desta forma, as pessoas já compravam sardinhas para uma semana, visto que começaram a aparecer vendedores na Vila e mesmo nalgumas aldeias.

Mudando de assunto, passemos às vias de comunicação. Os carros só iam até à Pampilhosa e, da nossa freguesia, somente três aldeias ficaram beneficiadas com esta estrada, Moninho, Moradias e Vale Carvalho. As restantes aldeias continuaram completamente isoladas.

Da Póvoa para a Pampilhosa só havia uma reles estrada até ao Vale da Candeia e só aí chegava o carro de bois. Mesmo assim eram só altos e baixos.

Um carro de bois para ir à Pampilhosa, tinha que fazer o trajecto pela Cruz, por toda a encosta do Laguinho e só assim lá chegava.

Os mortos eram transportados a pau e corda e em certas partes do caminho, até o caixão batia no mato para poder passar.

As crianças como eu, que iam todos os dias à escola, passavam diariamente por esses caminhos cheios de pedras e mato, muitos iam todos descalços e o nosso vestuário era um casaquito e uma calça de cotim mariano, uma camisa de riscado. Camisola e cuecas eram coisas que não existiam.

No entanto, a Póvoa nesse tempo devia ter cerca de 250 pessoas, pois, no meu tempo, só na escola, entre rapazes e raparigas, chegámos a ser mais de 30 (trinta) miúdos.

Os filhos, nesse tempo, eram a maior parte deles criados pelas mães, visto que muitos dos homens tinham migrado para Lisboa, mas como eram quase todos analfabetos, o seu trabalho era na descarga do carvão e moços de fretes.

No entanto, a maioria destes homens que migraram, iam à terra uma ou duas vezes por ano, ajudar a fazer as sementeiras e recolher os artigos semeados. Outros foram para o estrangeiro, e, grande parte deles, não mais voltou.

 

A vida dura dos serranos. Os tempos de antigamente II

Como tinha dito no meu primeiro esclarecimento, tenho mais coisas para contar sobre assuntos anteriores ao meu nascimento. Coisas essas, que minha mãe me contava e assim me transmitiu, esses tempos passados, que eu nunca mais esqueci.

Esses tempos eram bem piores do que aqueles que eu já vivi.

Como citei os mortos eram transportados para o cemitério da Pampilhosa num esquife: - uma padiola com quatro pés e umas ripas de cada lado para segurar o corpo, e que assim era colocado na sepultura.

Nessa época não existiam caixões, mas para o corpo já nada interessava. Era para a terra comer, com ou sem caixão. Minha mãe ainda me disse o nome da primeira pessoa que foi sepultada num caixão, mas já me esqueci.

O caixão era feito à medida do corpo e, depois, forrado por fora com pano preto, pelo carpinteiro Manuel Antunes Ferreira (mais conhecido na Póvoa como o Ti Manuel Barrocas) e, assim, já todas as pessoas eram sepultadas em caixão.

Também falei na peste pulmónica pois foi a doença mais horrível que apareceu no nosso País, neste século. Esta doença terá surgido em Portugal por volta de 1918.

No nosso concelho morreram centenas de pessoas e na nossa freguesia foi uma calamidade, principalmente, no Sobral, Moninho e Soeirinho, pois muitas casas fecharam por terem morrido todas as pessoas da família.

A nossa aldeia (Póvoa) foi, ainda assim, das terras mais felizes, só morreu uma senhora de nome Arminda, por acaso da minha família pois era casada, com um primo direito do meu pai, António de Almeida (Ferreiro) e filha da Senhora Martinha Antunes, também ela prima do meu pai.

A senhora Martinha que, por sua vez, era filha da minha tia-avó, Antónia Joana Antunes, irmã da minha avó Emília de Jesus Antunes e da minha outra tia-avó, Antónia. Esta, era mãe do meu primo António de Almeida que emigrou novo para o Brasil, e que, ainda, recordo o seu regresso a Portugal.

Tendo casa própria, passou a viver em comunhão de mesa e de trabalho com o seu irmão José de Almeida e de sua cunhada, Maria de Jesus Ramos (creio que era este o seu nome). Era uma mulher de bondade e grande calma, que todas as pessoas estimavam tal como o António, que apesar de sofrer de uma grande miopia, era um grande trabalhador e uma pessoa de grande honestidade.

Depois de vários anos na Póvoa, veio para Lisboa viver com o seu sobrinho e meu grande amigo e primo, Joaquim Ramos de Almeida, mas, como tinha muita falta de vista, morreu atropelado, se não estou em erro na Rua Angelina Vidal, em Lisboa.

Mudando de assunto, a nossa aldeia há 50 anos não era o que é hoje.

As ruas e vielas eram, quase na sua maior parte, estrumeiras. Estavam todas cheias de mato, pisado por todos quantos passavam e que depois era misturado com o estrume que era retirado dos currais do gado. Faziam-se, assim, grandes montes de estrume, que, depois de bem curtidos ao ar livre, eram transportados para as hortas onde serviam para adubar as terras.

Por isso, não tinha as condições que hoje têm: ruas arranjadas, electricidade, água canalizada, telefone e casa do povo, onde todos se juntam.

Mas, com a mudança dos tempos, já pouca gente vive na Póvoa.

Mas tenhamos confiança no futuro

José Augusto Simões

2000


05.03.04

(foto de padre Pedro)


Contos da nossa Aldeia

Fantasmas e Almas do outro Mundo

Certa noite ao luar, indo os senhores, Francisco Antão e António Mendes de Oliveira, este ainda hoje vive e actualmente com 91 anos de idade, em direcção aos moinhos dos Valcerves e dos Coiceiros, propriedades que ficam juntas umas às outras. Quando passavam no sítio que tem o nome de Lomba, onde a estrada carreteira era mais larga e mais recta, viram à distância que vinha um vulto de dimensões um pouco anormais, talvez do tamanho de um burro, que ao luar lhes parecia de cor esbranquiçada.

Eles, temendo o encontro com tal “vulto”, saíram da estrada e esconderam-se na retaguarda de um ervedeiro, só daí saindo depois de o “vulto” passar em direcção à Povoação. Cheios de medo, finalmente, retomaram o seu caminho.

Meu pai, António Antunes Simões, que ainda estava à janela fumando um cigarro, viu o mesmo “vulto” descendo a encosta da Chã de Munha que fazia um grande barulho no seu andamento.

Chamou por minha mãe. - Maria anda ver.

O vulto desceu então a barroca e subiu em direcção à nossa casa, que era a última ao fundo do lugar.

Viram então que não se tratava de qualquer ser humano, pois passou entre a nossa casa e a casa do Tio José Ramos de Almeida e seguiu o caminho das Laranjeiras.

Pensando que de animal se tratava, meu pai não hesitou, e como era caçador, pegou na arma que tinha sempre carregado a um canto da casa, em ceroulas e descalço, abriu a porta da rua, que nesse tempo nem à chave se fechava, e correu atrás do “vulto”.

De arma em punho, correu atrás do “vulto” até às Laranjeiras, seguido da minha mãe que lhe rogava para não fazer fogo contra o “vulto”, visto não saber do que se tratava.

Mas meu pai, não acatando os pedidos de minha mãe, ainda premiu por duas vezes o gatilho, mas a arma não se disparou.

Voltaram para casa interrogando-se sobre o que teriam visto.

O mesmo vulto, percorreu ainda algumas vielas da povoação e seguiu o mesmo caminho por onde tinha vindo com uma pequena diferença, seguiu pelo lado do Pereiro, o caminho directo para a Lomba por onde já tinha passado.

À hora em que tudo isto se passou poucas foram as pessoas da Aldeia que deram por este fenómeno.

Na manhã seguinte, meu pai, pegou na arma e, com a mesma carga que tinha antes, fez um disparo sobre uma pedra de afiar ferramentas colocada sobre uma pequena parede no quintal.

A arma disparou, ficando a pedra toda crivada de furos com o chumbo que lhe bateu. Segundo estou informado essa pedra ainda existe, mas, colocada noutro local.

Este caso passou-se no ano de 1933, tinha eu 11 anos de idade. Meus pais já pouco tempo viveram, depois deste fenómeno se ter passado.

Meu pai faleceu no ano seguinte, a 29 de Setembro de 1934 e minha mãe faleceu a 12 de Março de 1938.

Certo é que ainda hoje me interrogo. Afinal de que “vulto” se tratava.

 José Augusto Simões

1999


05.03.04

(Foto padre Pedro)

 

O magusto

 

Póvoa da Pampilhosa da Serra, era uma pequena aldeia implantada na serra que no século XIX era terra de muitos castanheiros: assim me contavam os meus avós paternos, minha mãe e outras pessoas mais velhas dos tempos dos meus avós.

Nasci em 1922. Nos meus tempos de criança ainda existiam, na nossa aldeia, muitas centenas de castanheiros, que cresciam em qualquer calçada, barroca ou quebrada.

Os locais onde mais castanheiros se encontravam, eram no Vale Afonso, na Encosta do Recanto, na Portela de Moninho, na Corga do Lobo, na Verejeira, no Salgueirinho de Baixo, no Salgueirinho de Cima, no Cimo do Barro, no Alqueive da Feiteira, no Vale de Medeiros e nas pequenas encostas até ao Vale da Candeia.

Todos os habitantes da aldeia tinham os seus castanheiros, uns mais, outros menos.

As pessoas que mais castanheiros tinham, eram a Senhora Antónia Real, mãe do Senhor António Nunes e madrinha de meu pai, que talvez colhessem mais de 30% de toda a castanha da Póvoa. No entanto outras pessoas tinham bastante castanha: Os Mendes, os Beatos, a Senhora Litugarda, o meu tio Adelino Antunes e os meus primos Gonçalves.

Dada a abundância, eram secas no caniço e daí saía a castanha pilada.

Na minha geração já não havia 50% da castanha que teria existido no século XIX.

Em certos locais, com o aparecimento da doença nos castanheiros, só existiam grandes troncos que mostravam terem sido árvores de grande porte. Já tinham morrido como morre qualquer ser humano, visto nada ser eterno.

Quanto aos magustos, não era no nosso tempo uma coisa tradicional.

As castanhas por vezes ajudavam à alimentação das famílias. Normalmente eram comidas em cima das refeições, cozidas num púcaro grande de barro, ou assadas no borralho quente da lareira, visto que era à lareira que se fazia todo o tipo de comida.

Voltando aos magustos, era uma prática mais utilizada pelas crianças da minha geração, não fazia parte da tradição de convívio, como agora se faz, quando já poucas castanhas lá são criadas.

José Augusto Simões


05.03.04

(Póvoa - Padre Pedro)

João Carvoeiro

0 seu nome verdadeiro era João Tomás.

Quando eu conheci o senhor João Carvoeiro (alcunha porque era mais conhecido) já havia muitos anos que ele vivia na Póvoa.

Era casado com a minha prima Rosalina Antunes, filha da minha tia-avó Antónia Joana Antunes. Nessa altura já tinha quatro filhos, todos com idades muito diferentes da minha.

As filhas, mais velhas, já eram mulheres feitas. A Maria da Luz, creio, nasceu em 1907 e a Belmira em 1909, mas isto foi o que ouvi dizer. Quanto ao José Maria Antunes e ao Joaquim, esses tenho eu a certeza, o José nasceu em 1913 (o mesmo ano da minha irmã Nazaré) e o Joaquim em 1919 (o mesmo da minha irmã Laura).

Teve outro filho que era do meu ano, mas morreu, talvez, ainda antes de completar um ano de idade. A filha Maria nasceu em 1925, mas não me recordo bem dela. Recordo-me, sim, da Carminda que nasceu em 1927, a Lúcia em 1929 e o António em 1935, isto é, se não estou em erro, pois já passaram muitos anos.

Mas, segundo o que ouvi dizer, a minha prima Rosalina teve doze (12) filhos, sendo certo que o do meu ano morreu, ainda restam mais três irmãos que devem ter nascido entre o José Maria e o Joaquim. Destes 12 filhos sei que se criaram 8 crianças.

O Sr. João Tomás era natural do Vale Nogueira, freguesia e concelho da Lousã.

Sobre o seu aparecimento na Póvoa, só se sabe que veio para a Serra fazer carvão e que acabou por fixar residência na Póvoa, onde lhe deram a alcunha de carvoeiro.

Voltando ao carvão, era a forma que se tinha, naquele tempo, para se amealhar mais algum dinheiro e assim se poder criar os seus filhos sem fome, o que na verdade veio a acontecer.

Quanto a mim, penso que o Sr. João Carvoeiro deve ter sido dos homens mais trabalhadores que veio para a Póvoa. Ele trabalhava de dia e de noite, mas os seus filhos nunca passaram fome.

Para além desta importante virtude, posso afirmar que era um homem muito sério, em todas as suas contas. Conheci muito bem as suas boas qualidades, principalmente em Lisboa, pois, ele e a sua filha Maria da Luz e o filho Joaquim, viveram muito tempo no Pátio do Carrasco, junto ao Limoeiro e, por isso, sempre que vinha trabalhar para Lisboa era aí que ficava.

João Carvoeiro veio para a Póvoa e cedo ganhou o respeito de todos. Homem íntegro! Foi uma boa alma.

José Augusto Simões


05.03.04

(foto padre Pedro)

GEADA GELO CHUVA NEVE

Rogério Martins Simões

 

A enxada cava fundo

Na mão do homem do campo!

Fundo entra!

Chega fundo

Geada, Gelo, Chuva e Neve.

 

Na lareira, o pinho crepita,

A velha treme

E a criança grita

Geada, Gelo, Chuva e Neve.

 

O Inverno é ruim

E a bucha é tão rara.

Viva a salgadeira

Do toucinho cru!

Meu filho

Não te metas ao caminho

Geada, Gelo, Chuva e Neve.

 

Mãe minha, vou emigrar.

Que Deus a ajude

Que eu não posso!

E se Deus não quiser,

Geada, Gelo, Chuva e Neve.

 

Não há Inverno somente

Valha-nos os bafos da cabra!

Cabra minha já foste à lenha?

Geada, Gelo, Chuva e Neve.

 

Ardem as torgas na lareira

Senhor Ministro,

Que bela a casa a sua!?

Não há frio que lhe chegue,

Nem Geada, Gelo, Chuva e Neve.

 

Em casa de pobre,

Ramos de horta…

Ninhos de águia no alpendre…

Lavrador não fique curvado

À geada, gelo, chuva e neve.

1974

(Poema dedicado às gentes da Póvoa – Pampilhosa da Serra e aos Beirões)


05.03.04

(foto Padre Pedro)

Mulheres da Póvoa

 

Póvoa, nos meus tempos de criança.

Depois de ter escrito sobre alguns homens da Póvoa, dirigiram-me um convite para escrever, sobre uma grande mulher da Póvoa.

Pensei logo na minha mãe, Maria da Ascenção Ramos nascida em 6 de Janeiro de 1882 e falecida em 12 de Março de 1938, mas disso falarei se o tempo me deixar. Quero apenas dizer que esta boa alma, minha mãe, adivinhando o dia e a hora da sua morte, encomendou o féretro, despediu-se de todo o povo da aldeia e partiu.

É, em justa homenagem à minha mãe, que vou tentar recordar todos nomes das mulheres da Póvoa que conheci, as grandes Senhoras da minha aldeia, que, com tão pouco, fizeram tanto.

Em primeiro lugar, vou lembrar as senhoras que viviam na Póvoa, pelo seu casamento:

Sra. Colmentina Nunes, veio da Pampilhosa;

Sra. Litugarda, veio da Pampilhosa;

Sra. Encarnação da Eira, veio do Coelhal;

Sra. António D´ Colá, veio de Pescanseco.

Sra. Delfina, veio do Signossamo;

Sra. Conceição Pereira, veio de Porto Castanheiro;

Sra. Maria do Vale da Maia, veio do Gavião;

Sra. Preciosa do Braçal, veio do Braçal;

Sra. Trindade e sua irmã Maria do Ferreiro, vieram de Sobral Valado;

Sra. Maria Nunes da Veiga, veio de Decabelos;

Sra. Maria do Covão e sua irmã Albertina, vieram do Covão;

Sra. Emília de Jesus Alexandre, veio de Moninho;

Sra. Graciana da Fonte, veio de Moninho;

Penso, que foram só estas senhoras que lá viviam e lá não nasceram e era por estes nomes que eram conhecidas, embora, talvez, não sejam estes os seus verdadeiros nomes.

Veremos, agora, as tidas como nascidas na própria aldeia:

Sra. Antónia Real;

Sra. Delfina Beato; Sra. Maria José Beato;

Sra. Clementina Barrocas e suas filhas Alice e Alzira Barrocas;

Sra. Maria Prazeres e sua filha Sra. Maria do Trinhão;

Sra. Angelina dos Prazeres e suas filhas Aurora, Isaura e Esperança, estas duas últimas gémeas;

Sra. Maria Quaresma e suas filhas Emília Casalinho, Carmelinda e Ermelinda;

Sra. Maria Leonor e suas filhas Amália e Beatriz;

Sra. Patrocina da Massa e suas filhas Palmira, Elvira e Piedade;

Sra. Antónia de Almeida, sua nora Bernardina e as filhas Maria e Encarnação Gonçalves;

Sra. Maria Pereira e suas filhas Deolinda e Anunciação;

Sra. Delfina Pereira; Sra. Amália Pereira; Sra. Preciosa Pereira; Graciana Pereira;

Sra. Antónia Ferreira;

Sra. Antónia Joana e suas filhas Martinha e Rosalina, desta as filhas Maria da Luz e Belmira;

Sra. Piedade do Barbeiro e sua filha Maria José;

Sras. Maria Emília e Leontina, filhas da Sra. Antónia d' Colá;

Sra. Maria Emília, filha da Sra. Emília Alexandre;

Sra. Maria Nunes, filha da Sra. Colmentina Nunes;

Sra. Patrocina Rita e suas filhas Preciosa e Maria dos Santos e sua filha Aurea;

Sra. Maria Litugarda e suas irmãs Cacilda e Carmelinda;

Sras. Emília de Jesus Antunes (minha avó) e suas filhas Maria da Piedade e Maria da Solidade (minhas tias), Lurdes (minha tia e madrinha) e Lusitânia que já não conheci na Póvoa, pois veio muito nova para Lisboa (ainda miúda) e só conheci aos 14 anos de idade;

Sra. minha mãe, Maria da Ascenção Ramos, mais conhecida por Marquitas, minhas irmãs Maria da Nazaré Simões e Laura da Conceição Simões;

Grande parte destas senhoras eram da minha família, tias, segundas tias e primas.

Não cito aqui as que tinham entre 1 a 6 anos, porque estas já a juventude mais moderna conheceu bem, visto parte significativa ainda ser viva.

Mais tarde, vieram ainda para a Póvoa as minhas três senhoras: Maria dos Santos, Alzira Mendes e Delfina Serra mas já todas faleceram.

José Augusto Simões

Publicado em Ecos da Póvoa 1999

Nota de redacção

Desta forma, terminamos a divulgação de todas as senhoras que no início do século XX viviam na Póvoa, naturais ou para cá vindas por força do casamento.

Para além do evidente valor "histórico" deste desfile, queremos reafirmar que o mesmo é igualmente uma forma de homenagem à Mulher da Póvoa.

São as nossas mães e avós que aqui estão representadas e, para elas, o nosso sincero agradecimento pela forma como nos educaram. Bem-haja! 

Todos os poemas escritos e publicados neste blog

da autoria de Rogério Martins Simões,

ou sob pseudónimo, ROMASI,

estão devidamente protegidos pelos direitos de autor.

(Registados no Ministério da Cultura

- Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C. –

Processo n.º 2079/09)

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Memórias e poesia de um Beirão

nascido em Maio de 1922.

.Poesia e muita sabedoria de um poeta serrano com 91 anos



Obrigado pela visita ao blog do meu pai,

homem notável, impedido de estudar

por ter ficado órfão de pai e mãe aos 14 anos.

A sua memória é notável

sabe de tudo

é uma casa cheia!

Viva a poesia.

e se a vida não nos conhecer

porque nos esqueceu,

lembremos à vida que existimos e vivemos.

Obriga meu querido pai

por me ter ensinado

a escrever poesia

Seu filho, vosso filho

Rogério Martins Simões



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