DEDICATÓRIA
Blog dedicado a meu pai
JOSÉ AUGUSTO SIMÔES
Nasceu em 1922 e faleceu em 2016
E ao seu povo que o viu nescer.
Um Povo só é grande quando tem história.
A Póvoa tem uma bonita história:
a riqueza e a pureza do seu povo.
Esta é a homenagem e o agradecimento
que presto a tão grande homem e ao poeta.
Do seu filho
Rogério Martins Simões
ALBANO ANTUNES SIMÕES
Albano Antunes Simões, irmão do meu avô António Antunes Simões, nasceu na Pampilhosa da Serra, (Vila no lugar da Aldeia Velha) no dia 10/7/1894 e faleceu a 17/1/1956 tendo sido sepultado no talhão dos Combatentes no Cemitério do Alto de S. João, Lisboa.
Filho de Francisco Simões e de Emília de Jesus, ele natural da Vila – neto paterno de José Simões da Vila e de Maria Leitoa.
Sua mãe Emília de Jesus, da Póvoa era filha de Bernardino Antunes e Maria de Almeida de Moninho.
Foi combatente na 1ª Grande Guerra 1914 – 1918 tendo sido ferido em combate.
(No centenário da Batalha de La Lys, para memória futura, deixo aqui o que sei sobre a participação do meu tio em França onde as tropas portuguesas foram derrotadas pelo poderoso exército Alemão. Em memória de todos quantos combateram e morreram na Batalha de LA LYS em 9/04/1918)
Rogério Martins Simões
Mãe
Rogério Martins Simões
No passado Domingo, 10 de setembro de 2017, quando a fui visitar ao Hospital da Universidade Coimbra, onde a minha mãe deu entrada, depois de ter sido assistida na Unidade de Cuidados de Saúde continuados da Pampilhosa da Serra, e nada mais ali poderem fazer. Estive mais de duas horas a falar consigo enquanto a mãe parecia dormir.
Ainda me pareceu que escutava, apesar de me ter apercebido que se encontrava muito pior de saúde. E foi naquele tempo em que estive junto e tão perto de si, minha mãe, que senti que me afogava com o peso das minhas lágrimas.
Foi nesse dia quando o seu estado de saúde se agravava, e quando consigo falava sem aparentemente me ouvir, que lhe repeti o que desde sempre lhe disse: Gosto tanto de si, minha tão querida mãe.
E no tempo em que estive junto de si, procurando suster as lágrimas que espreitavam, que lhe pedi perdão por qualquer coisa perdida no tempo, e lhe agradeci tantas voltas que deu à vida para me ajudar.
Por vezes bastava telefonar-lhe e passado pouco tempo tudo se tinha normalizado. Que poder Deus lhe deu, minha mãe. Afinal nem é preciso aprender a ler e a escrever para se falar, como a mãe sempre o fez, com o seu Deus ou com a terra-mãe que nos dá ou tira a vida. Por isso lhe digo: terá sido por acaso que, quando veio para Lisboa, a mãe conseguiu trazer consigo a sua aldeia à cabeça.
Sim, o pai tinha uma memória e uma inteligência invejável, porém por detrás de um grande homem estará sempre uma grande mulher e essa foi a minha mãe, uma enorme, nobre e extraordinária mulher.
Recordo que muito brincava com as situações mais embaraçosas, por isso transformava os espinhos em rosas. Não foi assim minha mãe?
Finalmente e por saber que neste momento deverá estar a ser submetida a uma perigosa operação, QUERO AGRADECER A VIDA. E por não lhe ter lido este meu primeiro poema que lhe escrevi em 1967 aqui, em carta aberta, o deixo talvez na esperança de ainda ter a oportunidade de me ouvir dizer assim:
mãe
Rogério Martins Simões
Da semente da sua boca
Uma imagem
Subtil de encanto
Como as águas
Límpidas da fonte.
No silêncio
Da sua dor:
O espelho da eterna
Ternura de mãe.
1967
De novo, e na minha poesia mais recente, escrevi um outro poema para mais uma vez agradecer a vida. Com este poema pretendi recuar ao tempo em que me trazia consigo na barriga. Nasci em 5 de Julho de 1949 e terá sido assim:
FOI NUMA MADRUGADA DE JULHO
Rogério Martins Simões
Foi numa madrugada de julho:
Quando as estrelas
Se juntaram nos céus;
Quando o sol teimava
Em não arrefecer a noite,
E a lua irradiava
Confundindo
As mãos dos namorados…
Andava embalado
No colo de minha mãe.
E serenamente escutava,
Na fusão das águas,
O canto ameno que me embalava.
-Lembra-se minha mãe
Dos pontapés que eu lhe dava?
-Recorda-se minha mãe
De me ouvir chorar,
Quando sem ver
Me reconfortava
Passando docemente
A sua mão na barriga.
Ai como eu me sentia feliz
Com as suas carícias.
Ai como era feliz
Escutando o seu cantar.
Foi numa madrugada de julho
Quando a lua espreitava;
Quando a mãe terra me chamava;
Rompi as águas:
E tinha à espera estrelícias
Majestosamente
Espalhadas por seu corpo…
Foram tempos luminosos
Quando a natureza me pariu
E me trouxe de volta os olhos
Com que abracei, de novo, o Sol.
Lisboa, 29 de Janeiro de 2007
Simões, Rogério, in “GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO”,
(Chiado Editora, Lisboa, 1ª edição, 2014)
(Registado no Ministério da Cultura
Inspeção-Geral das Atividades Culturais I.G.A.C. Processo n.º 2079/09)
Mãe, enquanto escrevo a mãe deverá estar na mesa das operações. Por isso, mesmo sem me ouvir, apesar do enorme risco de vida que corre, só espero que tudo corra bem. Perdoe-me minha mãe mas não tínhamos maneira de evitar essa intervenção cirúrgica.
Por isso, e enquanto não posso falar consigo, vou deixar aqui algumas referências a si, para quem as quiser ler:
Falando de mãe, a minha é de facto um exemplo a seguir e que eu jamais esquecerei. Quando nasceu, em 1925, as mulheres não podiam estudar nem votar. Minha mãe trocou a Beira Serra – A Malhada – Colmeal, pela cidade de Lisboa.
A luta pela vida era tremenda! Levantavam-se pelas 4 horas da manhã, apanhavam o elétrico que os levava à Praça da Ribeira onde se abasteciam de legumes com que governavam a vida no mercado de Santa Clara. Era um tempo em que aqueles mercados pululavam de gente; em que os espaços reservados aos pequenos comerciantes (lugares e pedras) eram disputados e bem pagos nos leilões do Município de Lisboa.
Antes trabalhar carregando duas sacas cruzadas à cabeça que andar a carregar mato e a passar fome, dizia minha mãe.
Minha mãe foi, e é uma mãe exemplar como muitas que viveram, e vivem, tempos difíceis.
Foi a minha mãe que me valeu desde 1970 até 1986 – sempre a caminho do hospital onde todos os anos era internado com problemas graves de saúde. Daí este poema:
ESTRELAS PARA SI, MINHA MÃE
Rogério Martins Simões
Mãe que não sabe ler nem escrever,
Mas conhece bem todos os meus ais.
Mãe que bem cedo teve de sofrer.
Mãe que tanto nos deu e tanto me dais.
Mãe! Por que não a deixaram aprender,
Se está sempre tão atenta aos sinais.
Mãe que doando me ensinou a viver,
Para que amando nos amemos mais.
E se o amor é o néctar da poesia,
Minha mãe, lhe dedico neste dia,
Estes sentidos versos do meu amar.
Mãe passe-me as suas mãos pelo meu peito,
Que este seu filho até já perdeu o jeito:
E tinha tanta estrela p´ra lhe dar.
Campimeco, Meco Café, 02/03/2016 22:14
E este mais antigo:
BEIJO AS SUAS MÃOS MINHA MÃE
Rogério Martins Simões
Mãe
Disse-me um dia a sorrir,
Que tantas noites a chorar,
Sem dormir,
Que me ia acariciar.
Mãos suaves
Embalando docemente
Meu berço.
E na sua boca um cantar
Cânticos ternos de embalar.
Ventos da mudança
Oh! Como os tempos
Não mudaram para si, minha mãe
Apenas se alterou o rosto.
Mãe!
Essas suas mãos doridas
Foram o sal das nossas vidas!
Beijo as suas mãos minha mãe.
1973
Depois, em 2002, mais ou menos, apareceu-me esta Parkinson.
Minha mãe passou a partir daí a chorar e a rezar para que um milagre qualquer se dê.
Faz-me tanta falta minha mãe.
QUISERA ANDAR DE CARROSSEL
Rogério Martins Simões
Quisera andar de carrossel
Com um sorriso de criança que ri
Rosto rebuçado, melaços de mel
Laivos da festa que resta em ti…
Num dedo prendo o balão,
Com outro seguro o corcel
Soco a bola com a mão
As mãos, o rosto e a testa
Besunto-me todo com mel.
Solta-se dos dedos o balão
Que voa a caminho do céu
-Mãe! Vai-me apanhar
Um sorriso igual ao seu…
-Meu filho a mãe não sabe!
Ler, nunca aprendeu:
A mãe vai procurar
O balão que se perdeu…
-Mãe que sabe escutar,
Meus choros em seu coração
Abençoada o seja minha mãe
Por tudo o que foi e me deu!
Rodopiam as lembranças da festa
Para o movimento ondulante
Sujo-me de novo a cada instante…
Sem rebuçados com sabor a mel
Mas… Brinquei tanto no carrossel….
2005-10-20
Simões, Rogério, in “GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO”,
(Chiado Editora, Lisboa, 1ª edição, 2014)
Termino aqui este diálogo da minha alma.
Mãe, o peso deste meu sofrer é tanto que me afogo em lágrimas
Até já minha doce e tão querida mãe
Deste seu filho mais velho:
Rogério Martins Simões
Meco, Campimeco, 12/09/2017 04:26:46
SIGA A FESTA
Rogério Martins Simões
Continuo a pensar que a promoção deste quase abandono das terras do interior – da Beira Serra – foi, e é um grave erro político.
Quem conhece a Pampilhosa da Serra sabe que a maior parte da população é constituída por idosos. Quem lá vive, e conheceu o "antigamente", repara, apesar de algumas melhorias levadas a termo pelas Comissões de Melhoramentos e pela Câmara Municipal, que a juventude tende a "fugir", como sempre…
O desenvolvimento de um turismo "de ar puro", de "pura água cristalina", irá ter no futuro um enorme incremento e a Beira Serra tem todas as condições para ser um dos locais preferidos.
Mas um desenvolvimento não se pode fazer sem ter em conta a preservação dos sinais, dos locais, dos vestígios culturais de um povo. Perdoem-me: fico muito triste ao ver casas medievais arrasadas sem intervenção arqueológica. Salvaguardando a existência de carta arqueológica do concelho, que desconheço; considerando as notícias e os documentos históricos que nos dão conta daqueles locais terem sido povoados por povos primitivos, uma questão paira na minha cabeça: onde para o espólio arqueológico do Concelho? Talvez o defeito seja meu – tenho participado desde 1961 em trabalhos arqueológicos nomesadamente medievais e olho os sítios de uma maneira diferente.
Talvez me preocupe demasiado… com estes assuntos. Porém, tomem a devida nota: daqui a alguns séculos haverá pelas serras grupos de arqueólogos a procurarem o que indevidamente destruíram, deixaram destruir e irão destruir.
Não se culpe o povo! O povo que não dá valor a cacos velhos partidos.
- Ainda que fosse algum tesouro!?
O maior tesouro da Pampilhosa está no seu povo e nos sinais da sua presença – na sua riqueza cultural que se vai definitivamente arrasando.
Deixando estas considerações o Concelho da Pampilhosa da Serra carece de mais infraestruturas, de estradas sem curvas a ligar às grandes redes viárias. O Concelho na Pampilhosa da Serra, a Beira Serra, apesar de ser o pulmão de Portugal, e fonte quase inesgotável da água que abastece Lisboa e não só, não foi, nem é compensado, bem pelo contrário: é simplesmente votado ao abandono. Mais uma vez lhes digo: virá o dia em que a água terá mais valor que o então extinto petróleo e o ar será disputado pelos povos.
O Lar da Santa Casa da Misericórdia da Pampilhosa da Serra e a fixação de idosos às suas velhas aldeias é um exemplo a seguir e a fomentar. Existe acompanhamento e assistência no domicílio a idosos que, assim, continuam ligados às suas aldeias. Seguindo esta ideia, sabendo e conhecendo que muitas aldeias já estão abandonadas definitivamente, penso que poderiam ser apoiadas, essas aldeias e esses lugares, criando condições de vida para lá morarem os idosos que quisessem em vez de os colocarem em "silos". Falo concretamente em habitações - casas individuais ou coletivas com todas as condições. Falo em disporem de equipamentos de lazer, falo em investimento e em criação de postos de trabalho.
Dou mais uma vez o exemplo da aldeia onde meu pai nasceu, a PÓVOA. Os idosos que por lá vivem são bem mais felizes que os colocados em lares da terceira idade: Mulheres e homens jogam às cartas na casa do povo, semeiam e cultivam pequenas hortas próximas de casa e, agora que finalmente o Governo "acordou" para a injusta perseguição aos produtos tradicionais, talvez possam voltar a criar alguns animais para consumo caseiro, como sempre o povo criou.
Talvez volte a "petiscar" uma canja de galinha ou uns torresmos sem serem de "aviário".
Esta é a mensagem que vos quero deixar, num tempo de festas de verão, num tempo de aldeias e casas cheias. Pena que seja curto e novamente o povo trilhe os caminhos da diáspora.
Mas os tempos são de "mudança"! Siga a festa!
Lisboa, 5 de Agosto de 2008
Rogério Martins Simões
A ESCOLA NOS ANOS 30 DO SÉCULO XX
José Augusto Simões
Por caminhos, mato e rochedo,
Com os livros dentro da sacola,
Que em dias de vendaval metia medo,
Sempre contentes para chegarem à escola.
Mais de uma légua era a jornada.
Mas as crianças gostavam de aprender:
Mesmo em dias de chuva e trovoada,
Corriam alegres sem nada temer.
Sempre prontos para sair da cama,
Mesmo a chover ninguém os detinha,
Assim levavam toda a semana,
Levando para o almoço: broa e sardinha.
Servia de escola uma casa antiga,
Sem eletricidade, água e sanitários,
As crianças chegavam sem qualquer fadiga…
Alegres faziam os seus trabalhos diários…
Mais de oitenta alunos, um só professor,
Quatro classes em cinquenta carteiras,
No final da primeira já era conhecedor:
Da matéria da quarta e das três primeiras.
Saída ao meio-dia de saco na mão
Na rua e no terreiro soltavam a asa…
Comem a broa sentados no chão
Os meninos da Vila almoçam em casa…
Depressa comem para pular!
A tudo o que vêm eles acham graça.
Inventam maneiras para brincar,
Todas as brincadeiras acabam na praça.
À uma hora já estão na escola,
Fazendo os trabalhos e tendo na ideia:
Que às três da tarde pegam na sacola,
Se juntam, e regressam à aldeia.
Tudo se passou nos anos trinta do século passado,
Eu era um desses alunos que ia para a escola,
De todo esse tempo estou bem lembrado:
Pudera eu hoje voltar a pegar na sacola…
Nunca mais me esqueço dessa escravidão
Descalço, molhado: fui mesmo um bravo
Comia a broa, e sardinha, sentado no chão
Hoje reconheço que era um escravo…
Lisboa, 5 de Novembro de 2011
(Memórias de José Augusto Simões quando frequentava a escola primária na Pampilhosa da Serra ou “POR CAMINHOS MATOS E ROCHEDOS” percurso diário entre a Póvoa e a Pampilhosa da Serra)
POESIA NO PRATO
Rogério Martins Simões
Lembra-se, meu pai,
Quando à sua mesa
Nos trocava a sobremesa
Por poesia no prato…
Diga-me, agora, meu pai:
Se por aí há olhares desesperados,
Mãos crispadas,
Rezas nos dentes…
Diga-me meu pai:
Se o sofrimento é tão só por aqui;
Se nos céus são todos iguais;
Se as regras são transparentes;
E se no inferno só ardem os maus…
Diga-me meu pai:
Se aí há lugar para os dementes…
Para os falazes…
Para ricos
Para os capazes
Para pobres, ou doentes.
Diga-me meu pai:
Se há por aí poesia
Se já conhecem a magia
Dos seus contos de encantar.
Nada me diz, não importa…
Mas se o céu, para si, não for boato…
Terá sempre aberta a minha porta:
E esta saudade com a poesia no prato…
(Meco Café) Meco 12/12/2016 12:23:39
(Para publicar no próximo livro de poesia)
O SOL
José Augusto Simões
Sol divino, Sol divino
Lindo é vê-lo nascer
É mais um dia na vida
Deus nos dá para viver
Sol divino, Sol divino
Que ilumina toda a terra
Desde o mais profundo vale
Até ao mais alto da serra
Sol divino, Sol divino
Que nos dá tanta alegria
Acaba a noite cerrada
E irrompe o claro dia
Sol divino, Sol divino
Nos dá tanta beleza
É a estrela mais bela
Que nos dá a natureza:
Quando está ao pé do rio
Em cima de uma cascata
O fundo parece de ouro
A água da cor da prata
Todo o ser vivo se mexe
Quando vê nascer o Sol
Os passarinhos cantam
Trina o lindo rouxinol
Rouxinol que bem cantas
Onde aprendeste a cantar?
- No cimo daquele salgueiro
Com os ramos a abanar!
Todas as aves cantam!
Cada qual com sua voz!
Eu já acompanhei o rio…
Da nascente até à foz
Estou velho! Tu és menino
Nunca irás envelhecer
Sol divino, Sol divino
Sem ti não posso viver
Lisboa, 25/9/2007
DEDICADO AO POVO DE PRAÇAIS
PAMPILHOSA DA SERRA
Com este poema, do meu querido e falecido pai, pretendo agradecer a todos – e foram muitos – Que me enviaram mensagens de condolências. Assim, na impossibilidade de me dirigir a cada um de vós, e por acreditar que meu pai está na luz, nada melhor que reeditar o seu poema “Sol” Divino de José Augusto Simões.
E a mim, seu filho, cabe-me dedicar a meu pai o meu poema: POETA ESTAIS DE PARTIDA
POETA! ESTAIS DE PARTIDA
Retomo a minha viagem,
E peço aos céus a coragem,
Para enfrentar a descida…
Parte barco numa onda:
Que o meu corpo se esconda
Do aceno na despedida.
Vai o barco a soluçar,
E no cais fica a chorar
Uma lágrima despida…
Mar que bem cedo se agita,
Que chama o arrais que grita:
Poeta! Estais de partida…
Meu barco que não comando
Diz, aos céus, por seu desmando
Que a viagem acaba ali…
E a alma vendo-me triste,
Solta o corpo que resiste,
Olha o meu barco, e sorri…
Praia das Bicas, Meco, 07-10-2011 20:00:42
Simões, Rogério, in “GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO”,
(Chiado Editora, Lisboa, 1ª edição, 2014)
RAMOS
A minha família, da Pampilhosa da Serra, do lugar da Póvoa.
Tendo por base o excelente trabalho do meu pai, José Augusto Simões, que nasceu no lugar da Póvoa em 1922; Considerando as novas tecnologias de informação que os utilizadores da internet têm à sua disposição, nomeadamente o acesso às bases de dado do site http://etombo.com, foi possível reconstruir com maior rigor a linha parental da família Ramos a que pertenço. Assim, embora da minha parte ainda não a possa dar como finda, apresento o trabalho iniciado por meu pai com algumas novidades.
Consegui localizar o registo de batismo do meu bisavô paterno, JOÃO ANTÓNIO que nasceu na Póvoa em 1794. João António era filho de JOÃO ANTÓNIO, natural do lugar de PESCANSECO do MEIO, casado com LUÍSA MARIA NUNES, natural da Póvoa. João António (filho) casou com a minha bisavó MARIA RAMOS. A minha bisavó Maria Ramos terá supostamente nascido no lugar de ALDEIA DO MEIO, filha de FRANCISCO RAMOS, natural da Aldeia do Meio e de ANA MARIA, natural da ALDEIA FUNDEIRA.
Desde sempre estranhei que o meu bisavô João António tivesse apenas dois filhos. Na verdade consegui descobrir mais 3 filhos, os abaixo identificados, passando de dois para cinco o que era normal à época.
Finalmente, como metodologia, passarei a colocar letras nos nomes das gerações mais antigas que descobrir. Assim darei a letra A) ao pai do meu bisavô João António, casado com Luísa Maria Nunes. Dado que consegui descobrir o registo de nascimento de João António (filho) foi possível identificar os nomes dos seus pais e avós.
Dado que o autor deste trabalho é meu pai, seguidamente, mantenho as relações de parentesco relacionadas com meu pai – José Augusto Simões.
Mais uma vez solicito aos descendentes desta linha dos Ramos da Póvoa, Moninho e da Aldeia do Meio para me ajudarem a preencher alguns espaços.
Meco, 15-08-2011 18:11:48
Rogério Martins Simões
Assim, passo a palavra ao meu querido pai:
A família do meu avô materno, Francisco António Ramos, era da Póvoa.
A minha avó materna, Antónia de Almeida, mãe de minha mãe, Maria da Ascensão Ramos, era da família Almeida de Moninho.
Moninho, terra querida, onde só 4 famílias não pertenciam à minha descendência.
De acordo com um testamento, cujo documento se encontra na posse do meu filho, os meus bisavôs, por parte de minha mãe, são João António e Maria Ramos.
João António era irmão de Joaquina Luiza, http://193.137.201.198/pesquisa/ODDisplay.aspx?move=next&DOId=3748&NodeID=_317637 com a profissão de “fiadeira” que nasceu na Póvoa em 1801 e era casada com Manuel Pedro e não tiveram filhos.
Parece-me, lendo aqueles documentos, que Maria Ramos, minha Bisavó, terá casado na Póvoa com o meu bisavô João António que era da Póvoa.
A verdade é que Joaquina Luiza deixou em testamento aos seus sobrinhos e meus avós, Francisco António Ramos e Antónia de Almeida, as propriedades que possuía, nomeadamente, uma terra de milho na chamada “Quebrada” e uma barroca com seis castanheiros e duas testadas, num lugar a que chamam “Vale da Maia”, adquiridas a Manuel Barata e sua mulher Joana Gonçalves.
http://193.137.201.198/pesquisa/ImageFullScreen.aspx?DOId=11906&FileID=657929
localizei 5 filhos:
B1 João António, nasceu na Póvoa em 1794 (VER C)
B2 António, nasceu 1797 na Póvoa
B3 Leonor, nasceu em 1798 na Póvoa
B4 Joaquina Luísa que nasceu em 1801 na Póvoa
B5 Manuel António, nasceu na Póvoa em 1804
http://193.137.201.198/pesquisa/ImageFullScreen.aspx?DOId=11906&FileID=657895
(Os meus avós) tiveram 3 filhos:
Em memória da minha mãe Maria Ascensão Ramos
José Augusto Simões
2004-02-23
Atualizado em 15-08-2011 18:19:37
PERDI-ME NA FLORESTA
José Augusto Simões
Entrei um dia numa floresta
Para ver as árvores floridas
Acabei por fazer a sesta
Depois de tantas fadigas.
Assim de tanto eu andar
No meio daquele arvoredo
Deitei-me a descansar
E comecei a sentir medo.
Já não sabia onde estava.
Não reparei no caminho.
Queria ver o que gostava,
Mas estava ali sozinho.
A noite estava a chegar,
Não sabia por onde sair,
Estava quase a chorar,
Não sabia onde dormir.
Depois de tanto pensar
Uma voz perto me disse
- Eu te irei ajudar
Não caías noutra tolice.
Apareceu uma velhinha
Que a sorrir mais falou:
A floresta é toda minha,
Mas, não te digo quem sou.
Foi num dia de primavera,
Recordo-me de a ver sorrir.
Nunca soube quem ela era,
E eu não estava a dormir…
Lisboa, 6 de agosto de 2013
Todos os poemas escritos e publicados neste blog
da autoria de Rogério Martins Simões,
ou sob pseudónimo, ROMASI,
estão devidamente protegidos pelos direitos de autor.
(Registados no Ministério da Cultura
- Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C. –
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