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PÓVOA - PAMPILHOSA DA SERRA

José Augusto Simões, nasceu na Póvoa Pampilhosa da Serra em 1922 Faleceu em 2016

José Augusto Simões, nasceu na Póvoa Pampilhosa da Serra em 1922 Faleceu em 2016

 

DEDICATÓRIA

 

Blog dedicado a meu pai

JOSÉ AUGUSTO SIMÔES

Nasceu em 1922 e faleceu em 2016

E ao seu povo que o viu nescer.

Um Povo só é grande quando tem história.

A Póvoa tem uma bonita história:

a riqueza e a pureza do seu povo.

Esta é a homenagem e o agradecimento

 que presto a tão grande homem e ao poeta.

Do seu filho

Rogério Martins Simões


12.12.16

IMG_1236.JPG

 

 

POESIA NO PRATO

Rogério Martins Simões

 

Lembra-se, meu pai,

Quando à sua mesa

Nos trocava a sobremesa

Por poesia no prato…

 

Diga-me, agora, meu pai:

Se por aí há olhares desesperados,

Mãos crispadas,

Rezas nos dentes…

 

Diga-me meu pai:

Se o sofrimento é tão só por aqui;

Se nos céus são todos iguais;

Se as regras são transparentes;

E se no inferno só ardem os maus…

 

Diga-me meu pai:

Se aí há lugar para os dementes…

Para os falazes…

Para ricos

Para os capazes

Para pobres, ou doentes.

 

Diga-me meu pai:

Se há por aí poesia

Se já conhecem a magia

Dos seus contos de encantar.

 

Nada me diz, não importa…

Mas se o céu, para si, não for boato…

Terá sempre aberta a minha porta:

E esta saudade com a poesia no prato…

 

(Meco Café) Meco 12/12/2016 12:23:39

(Para publicar no próximo livro de poesia)


11.07.13

JOAQUIM RAMOS, que completa hoje 100 anos.

 

No dia em que o meu primo Joaquim de Almeida completa 100 anos, quero endereçar VOTOS DE PARABÉNS. Que contes muitos, na companhia da tua filha e minha prima Maria Odete.

Votos do teu primo, José Augusto Simões

Deixo aqui um trabalho dos nossos antepassados comuns – Família Antunes -

 

 

 

ANTUNES

A minha família, da Pampilhosa da Serra, do lugar da Póvoa

(autor José Augusto Simões e contributo do seu filho Rogério Martins Simões)

Atualizado em 01-08-2011 19:03:33

 

A família da minha avó paterna, Emília de Jesus Antunes, que casou com meu avô Francisco Simões, da Pampilhosa da Serra, era da Póvoa mas de acordo com os registos teve origem no lugar de Moninho.

 

Os meus tetravôs pais do meu avô BERNARDINO ANTUNES chamavam-se FRANCISCO ANTUNES E MARIA LOPES e eram naturais de Moninho.

A minha bisavó paterna chamava-se MARIA DE ALMEIDA era filha de JOÃO DE ALMEIDA E JOANA MARIA de Moninho e o meu bisavô paterno chamava-se BERNARDINO ANTUNES.

A)    FRANCISCO ANTUNES, casado com MARIA DA CONCEIÇÃO, eram naturais de Moninho. (Desconheço as datas dos nascimentos, supostamente século XVII/ XVIII)

 

B)    FRANCISCO ANTUNES, casado com MARIA LOPES. filho de Francisco Antunes e Maria da Conceição. MARIA LOPES, filha de José Fernandes e Teresa Lopes. Desconheço quantos filhos tiveram, porém já foi localizado e confirmado nos registos o nome do meu bisavô BERNARDINO ANTUNES, casado com MARIA DE ALMEIDA e ainda José Antunes nascido em Moninho no ano de 1811; Francisco Antunes, nascido em Moninho no ano de 1815; António Antunes, nascido em Moninho no ano de 1809; Manuel Antunes, nascido em Moninho no ano de 1814.

 

 

 

C)    BERNARDINO ANTUNES, natural de Moninho, era casado com MARIA DE ALMEIDA, da Póvoa, (pais da minha avó, Emília de Jesus) e tiveram 9 filhos como seguidamente descrevo:

 

  1. ANTÓNIA JOANA ANTUNES, nasceu na Póvoa a 7/1/1854 http://193.137.201.198/pesquisa/ImageFullScreen.aspx?DOId=11906&FileID=658156 minha tia-avó, foi mãe solteira de 4 filhos;
  2. PATROCÍNIA DE JESUS ANTUNES, nasceu na Póvoa a 18/11/1870, minha tia-avó, foi mãe de 3 filhos; http://193.137.201.198/pesquisa/ImageFullScreen.aspx?DOId=3761&FileID=318290
  3. MARIA DE JESUS ANTUNES minha tia-avó, foi mãe de 3 filhos; 16/12/1851 http://193.137.201.198/pesquisa/ImageFullScreen.aspx?DOId=11906&FileID=658133  
  4. BERNARDINA DE JESUS ANTUNES, minha tia-avó, casou nas Malhadas da Serra e foi mãe de 4 filhos. Nasceu a 6/10/1858 http://193.137.201.198/pesquisa/ImageFullScreen.aspx?DOId=11906&FileID=658201   Desconheço o nome dos seus quatro filhos e apenas conheci alguns netos;
  5. Bernardino Antunes, meu tio-avô teve 2 filhos e nasceu na Póvoa em 1875
  6. José Joaquim Antunes, meu tio-avô teve 4 filhos e foi para o Brasil;
  7. Adelino Antunes, meu tio-avô, foi pai de 10 filhos.
  8. ANTÓNIO ANTUNES, meu tio-avô, faleceu solteiro; nasceu a 1/5/1850 http://193.137.201.198/pesquisa/ImageFullScreen.aspx?DOId=11906&FileID=658110
  9. EMÍLIA DE JESUS ANTUNES, nasceu a 30/10/1861 e faleceu a 14/1/1950, minha avó, teve 7 filhos. http://193.137.201.198/pesquisa/ImageFullScreen.aspx?DOId=3760&FileID=318033

 

Passo agora a mencionar alguns dos meus parentes, filhos dos irmãos da minha avó Emília de Jesus Antunes, primos direitos de meu pai António Antunes Simões:

 

ANTÓNIA JOANA ANTUNES minha tia-avó nasceu na Póvoa a 7/1/1854 http://193.137.201.198/pesquisa/ImageFullScreen.aspx?DOId=11906&FileID=658156 minha tia-avó, foi mãe solteira de 4 filhos:

  1. Martinha de Jesus Antunes. Data nascimento 10/11/1873 (mãe Antónia Maria) http://193.137.201.198/pesquisa/ImageFullScreen.aspx?DOId=3761&FileID=318368
  2. Rosalina Antunes; (és neto, descendes daqui)
  3. José Maria dos Santos;
  4. Joaquim Maria Antunes, que casou no Braçal.

 

PATROCÍNIA DE JESUS ANTUNES, nasceu na Póvoa a 18/11/1870, minha tia-avó, foi mãe de 3 filhos; http://193.137.201.198/pesquisa/ImageFullScreen.aspx?DOId=3761&FileID=318290

  1. Olinda de Jesus Antunes;
  2. Maria dos Santos Antunes;
  3. Preciosa de Jesus Antunes, nasceu na Póvoa a 22/12/1898, filha de José Gonçalves Rito e Patrocínia de Jesus. Neta paterna de Manuel Gonçalves Rito e Francisca Ramos. http://193.137.201.198/pesquisa/ImageFullScreen.aspx?DOId=11919&FileID=658776

 

MARIA DE JESUS ANTUNES minha tia-avó, casada com José de almeida e teve 3 filhos:

  1. Francisco de Almeida; nasceu 25/4/1875 http://193.137.201.198/pesquisa/ImageFullScreen.aspx?DOId=3761&FileID=318414
  2. José de Almeida; nasceu 1878 casou com Maria Ramos
  3. António de Almeida; Data nascimento 5/8/1882 http://193.137.201.198/pesquisa/ImageFullScreen.aspx?DOId=11907&FileID=658242

 

2. José de Almeida casou com Maria Ramos (Sobral Valado) e tiveram 5 filhos:



2.1 Joaquim de Almeida que nasceu no dia 11/07/1913 e teve 1 filha

2.1.1. Maria Odete Antão

2.2 Décio Ramos de Almeida nasceu em 1917

2.3 Maria da Encarnação Ramos 17/1/1922

2.4 José Maria Ramos de Almeida Ferreiro nasceu 20/05/1925

2.5 António Ramos de Almeida nasceu 19/03/1931

 

 

 

BERNARDINA DE JESUS ANTUNES, Nasceu a 6/10/1858 http://193.137.201.198/pesquisa/ImageFullScreen.aspx?DOId=11906&FileID=658201

minha tia-avó, casou nas Malhadas da Serra e foi mãe de 4 filhos. Desconheço o nome dos seus quatro filhos e apenas conheci alguns netos;

 

Bernardino Antunes, meu tio-avô teve 2 filhos: 1875

  1. Maria Emília Antunes;
  2. José Maria Antunes. (nota: é da família do Pátio do Carrasco, casou com Emília de Jesus Alexandre, de Moninho e sempre foi meu grande amigo).

 

José Joaquim Antunes, meu tio-avô, teve 4 filhos e foi para o Brasil. Apenas sei o nome de dois dos seus filhos:

  1. Sara Antunes;
  2. Eduardo Antunes.

 

Adelino Antunes, meu tio-avô, foi pai de 10 filhos:

  1. Albano Antunes;
  2. Cipriano Antunes;
  3. Francisco Antunes; pai de Eduardo Antunes e avô do Jones
  4. José Antunes (o meu padrinho);
  5. Aníbal Antunes, faleceu solteiro;
  6. António Antunes;
  7. Amália dos Santos Antunes;
  8. Beatriz Antunes;
  9. Eduardo Antunes;
  10. (um menino que faleceu com 4 anos, afilhado de minha mãe).

 

ANTÓNIO ANTUNES, meu tio-avô, faleceu solteiro; nasceu a 1/5/1850 http://193.137.201.198/pesquisa/ImageFullScreen.aspx?DOId=11906&FileID=658110

 

 

EMÍLIA DE JESUS ANTUNES, nasceu a 30/10/1861 e faleceu a 14/1/1950 a minha avó paterna teve 7 filhos: http://193.137.201.198/pesquisa/ImageFullScreen.aspx?DOId=3760&FileID=318033

  1. António Antunes Simões (meu pai); Nasceu a 24/3/1880 http://193.137.201.198/pesquisa/ImageFullScreen.aspx?DOId=3765&FileID=318591  http://193.137.201.198/pesquisa/ImageFullScreen.aspx?DOId=3765&FileID=318592
  2. Aires Augusto Simões;
  3. Albano Antunes Simões; nasceu a 10/7/1894
  4. Maria da Piedade Simões
  5. Maria de Lurdes Simões (a minha madrinha);
  6. Maria da Solidade Simões;
  7. Maria Lusitânia Simões que nasceu na Póvoa;

 

Esta é a minha linhagem por parte dos Antunes. Espero ter contribuído para reescrever, um pouco, a linha parental dos Antunes da Póvoa. E àqueles que ainda podem completar esta minha memória deixa um desafio: completem ou rectifiquem-na.

 

Para finalizar esta parte, vou recordar os nomes dos meus primos direitos e os nomes das minhas irmãs e irmão:

António Antunes Simões, nasceu em Abril de 1881, casou com Maria Ascenção Ramos (meus pais), tiveram 5 filhos:

  1. Maria da Nazaré Simões, nascida a 21 de Abril de 1913 e faleceu a 22 de Janeiro de 1975;
  2. José Maria Simões, nasceu em 1915 e faleceu em 1920;
  3. Laura da Conceição Simões nasceu em 1917 e faleceu nesse ano com 7 meses;
  4. Laura da Conceição Simões nasceu a 4 de Dezembro de 1919 e faleceu em 25 de Abril de 1997;
  5. José Augusto Simões nasceu em 20 de Maio às 5,30 da manhã, mas, por engano, estou registado como tendo nascido em 19 de Maio de 1922.

Aires Antunes Simões, meu tio, pai de 2 filhos:

  1. António de Oliveira Simões, que nasceu em Monforte, Alto Alentejo, no dia 29 de Fevereiro de 1920 e faleceu no dia 2 de Março de 1982;
  2. Ana de Oliveira Simões, nasceu Monforte, Alto Alentejo, em Março de 1922.

Albano Antunes Simões, meu tio, pai de 2 filhas:

  1. Ilda da Silva Simões nasceu em 1914 em Lisboa;
  2. Alzira da Silva Simões, que nasceu em 1920 em Lisboa.

Maria da Piedade Simões, minha tia, mãe de 5 filhos:

  1. António Maria Simões Dias nasceu a 21 de Maio de 1923 e faleceu em 1966;
  2. Aires Simões Dias nasceu em 1925 e faleceu com 2 anos de idade;
  3. Eduardo Simões Dias nasceu a 5 de Novembro de 1927;
  4. Lurdes Simões Dias nasceu o dia 5 de Novembro de 1929;
  5. Maria da Solidade Simões Dias nasceu no dia 1 de Janeiro de 1931.

Maria de Lurdes Simões, minha madrinha e tia, teve 2 filhos:

  1. Artur Simões de Almeida nasceu em 1929 e faleceu com 20 anos de idade;
  2. Fernanda Simões de Almeida Rodrigues nasceu em 1934 e é mãe da médica Dra. Manuela de Almeida Rodrigues;

Maria da Solidade Simões, minha tia, (faleceu em França) teve 1 filho:

  1. José Maria Antunes, que nasceu no dia 19 de Março de 1928 e faleceu em França.

Maria da Lusitânia Simões, minha tia, mãe de 2 filhas:

  1. Maria Luísa Simões;
  2. Dionilde Simões.

 

Em memória da minha mãe Maria Ascensão Ramos

 

José Augusto Simões

2004-02-23

Atualizado em 15-08-2011 18:27:15


21.06.09

 

Foto da NATIONAL GEOGRAPHIC

 

 

Os poemas de José Augusto Simões e de seu filho, Rogério Martins Simões, foram plagiados.
Coloco aqui algumas reflexões sobre a paternidade da obra destes ou de outros autores. De acordo com o C.D.A.D.C. o direito de autor é reconhecido independentemente de registo, depósito ou qualquer outra formalidade (ver artigo 12.º).
Nestes termos a poesia de José Augusto Simões encontra-se salvaguardada. Aos piratas que já a plagiaram posso afirmar que dispomos de provas suficientes em como os poemas e artigos foram mesmo escritos por José Augusto Simões.
A mim, seu filho, mete-me “nojo” detectar poemas do meu querido e amado pai contrafeitos e/ou usurpados.
Àqueles que, sem qualquer dignidade, nem respeitaram um poeta com 87 anos quero dizer que, certamente, desconhecem a têmpera e o sentido de injustiça, ou de justiça, do povo BEIRÃO.
Eu, poeta plagiado e com uma costela de Beirão, sempre por lá ouvi chamar ladrão quem rouba.
Irei nesta luta até ao fim!
Rogério Martins Simões
Algumas reflexões sobre a Lei 16/08 de 1 de Abril que aprova as alterações ao Código Direitos Autor e Direitos Conexos e o publica integralmente actualizado. Seguidamente designado por C.D.A.D.C.
1.      De acordo com o n.º 33 da Lei 16/08 de 1/4 até a obra anónima está protegida durante 70 anos. Sobre este assunto veja também o artigo 29.º;
2.      Estes poemas não caíram no domínio público apesar de editados por mim na sua forma original. Veja o artigo 38.º do código do Direito de Autor e dos direitos conexos C.D.A.D.C. actualizado pela atrás citada Lei;
3.      Quanto à paternidade da obra, identificação do autor e protecção do nome, aconselho a ler os artigos 27 a 29º;
4.      O direito de autor é reconhecido independentemente de registo, depósito ou qualquer outra formalidade (ver artigo 12.º). A titularidade está consagrada no artigo 11.º do CDADC;
5.      É punido com as penas previstas no artigo 197.º quem se arrogar a paternidade de uma obra ou de prestação que sabe não lhe pertencer e, conforme ponto b), quem atentar contra a genuinidade de uma obra ou prestação, praticando acto que a desvirtue e possa afectar a honra ou reputação do autor ou do artista. Ver artigo 198.º;
6.      Se o artigo 198.º do CDADC prevê penalização para a violação do Direito Moralquem se arrogar a paternidade da obra, já quem a utiliza como sua comete o crime de “CONTRAFACÇÃO” nos termos do artigo 196.º;
7.      Existe, ainda, o crime de USURPAÇÃO: Comete o crime de usurpação quem, sem autorização do autor ou do artista, …, utilizar uma obra ou prestação por qualquer das formas previstas neste código;
8.      Resta a outra figura jurídica consagrada no artigo 199.º do Código. Assim, comete o crime de “APROVEITAMENTO DE OBRA CONTRAFEITA OU USURPADA” quem vender, puser à venda, importar, exportar ou por qualquer modo distribuir ao público obra usurpada ou contrafeita… será punido com as penas previstas no artigo 197.º. De acordo com o n.º 2 a negligência é punível com multa até 50 dias;
9.       Como podem constatar na alínea b) do artigo 198.º do CDADC consagra o crime de “APROVEITAMENTO DE OBRA CONTRAFEITA OU USURPADA” por ter distribuído ao público obra usurpada ou contrafeita. Ver artigo também 199.º;
10. Finalmente, quero alertar para o n.º 1 do artigo 196.º do CDADC. Comete crime de contrafacção quem utilizar, como sendo criação ou prestação sua, obra, …por tal modo semelhante que não tenha individualidade própria. Sobre este assunto vejam ainda o n.º 2 e 3;
11. Volto ao que sempre disse e me comprometo. Eu não sou um comerciante de poesia. A poesia não tem preço! Poderá para alguém ter apreço – todos aqueles que tiveram por mim respeito. Pelo que digo e reafirmo nunca proibi a divulgação, a récita ou a cópia dos meus poemas para fins meramente pessoais, mas, não comerciais. Todavia, considerando os factos, irei repensar uma possível compilação em livro. Até tomada final de uma decisão exijo aos plagiadores que me apresentem desculpa bem como para os leitores da minha poesia que se sentem também lesados. Aos que cometeram os crimes de USURPAÇÃO E CONTRAFACÇÃO previstos nos artigos 195.º e 196.º (aqueles que chamaram de sua a minha poesia) não permito o que autorizei aos amigos da poesia. A esses quero dizer basta!
Rogério Martins Simões

 


23.03.08

 

 

(Óleo Sobre tela da autoria de

 

Elisabete Maria Sombreireiro Palma)

 

 

Agradecimento

 

Este quadro da autoria da minha esposa, que bem conhece a Póvoa, retrata e bem a vida deste bom povo. Obrigado è BETE

 

 

PÓVOA

Rogério Martins SImões

Se há algo que recordo são os lugares e as pessoas que me dizem qualquer coisa.

Recordo perfeitamente a Pampilhosa da Serra onde ia à feira, à missa e ao pão, com minha tia Laura Simões e a minha prima Almerinda Simões.

 Lembro-me de irem todos juntos, juntos, sempre, como os da Póvoa.

Da Póvoa recordo tudo, ou quase tudo – menos os nomes dos mais velhos, mas, ainda os vejo como eles eram. É interessante que, depois de tantos anos, ainda tiro parecenças aos mais novos daqueles que bem conheci.

Nunca vi uma porta de casa fechada à chave e não havia notícia de por ali alguém roubar.

Roubar só se fosse algum coração de menina – eu era e sempre fui um apaixonado…

Tinha e tenho muitos amigos, na Póvoa, desse tempo menino. Corríamos todos os poços, todas as hortas, todos os caminhos. Fumávamos às escondidas cigarros feitos de capas e barbas de milho. Juntos éramos traquinas! Aprendi, com os da aldeia, a procurar restos de bombas de foguetes, que não tinham rebentado, e a sorte esteve pelo nosso lado quando as fazíamos explodir debaixo de uma pedra ou de uma lata.

Foi ali que aprendi a jogar às cartas e foram tão bonitos esses tempos.

Apesar de só lá estar três meses seguidos, em cada ano, fiz sempre muitos amigos entre os mais idosos. Gostava de trabalhar e de ajudar os outros. Às vezes estorvava! Mas apreciava tanto uma viagem num carros de bois do ti Manuel Mendes. Era tão meu amigo que chegou a emprestar-me um jumento para ir até Moninho.

Oh Laura! O garoto é trabalhador! Dizia o avô do César.

Era de facto trabalhador e estava sempre pronto para regar as hortas, tal como apanhar os girinos nas águas que escorriam da fonte velha a caminho do Polome. Junto ao Polome ferravam os animais de trabalho e ali perto enterravam as tripas das cabras para a festa do 3 de Setembro.

Depois recordo a chegada ao Polome e a visita dos que lá viviam. Lá estava sempre pronto para nos receber o TI-António do Vale Serrão. Perto de sua casa vi pela primeira vez o grão e existia o forno da telha.

As casas estavam quase todas ocupadas e as hortas tratadas.

O fumo da lareira saía pelas telhas ou pelos “janelos”

O galo cantava e as galinhas passeavam-se pelo mato que cobria os caminhos da aldeia.

Ainda sinto os cheiros, os sons, as cores, o calor do verão, a fonte velha e a sua água refrescante.

O Cântaro na casa da Eira, as panelas de ferro, a caçoila em cobre, o borralho e a braseira.

Como era gostoso ir para a Feteira apanhar figos,os abrunhos e os morangos que cresciam nas paredes da horta! As flores! Os cachos. As ginjas e as maças.

Como vêm estou marcado. Sou um poço de saudade!

Não! Não me entendam que a minha saudade é de um tempo que não volta, (mocidade perdida). É e será difícil entender quanto eu amo a Póvoa e as suas gentes – parentes.

A minha saudade são os afectos, as recordações de tanta gente boa que nem me atrevo a citar um só nome.

A minha saudade é de ter vivido em liberdade cimentando a minha formação e alicerçando em valores a minha vida. Aquela gente ensinou-me a dar e a receber. Ensinou-me a repartir e a não estragar o pouco que tinham. Aquela gente ensinou-me a amar.

Convidem-me para provar as filhós da aldeia e o bolo doce com uma folha de figueira a servir de forma. Comerei a sopa de feijão entulhada com couves e faceira de porco. Derreter-me-ei com o lombo de porco retirado da panela de barro e um pedaço de broa com presunto. E se tiver frio dormirei num palheiro ou no sobrado por cima do curral das cabras!

Agora tenho de ir! Não posso nem devo fazer esperar o povo. O povo não parte sem mim, nem eu parto sem o povo! Vamos todos com os da Póvoa!

 

 

 

(Fotografia actual da Póvoa, obtida hoje, pela arte do amigo Luís Gonçalves.

- Que inveja! Amigo Gonçalves! Então, ainda está à lareira? Que frio!

Nada há melhor que o calor humano, uma boa lareira e um bom medronho.

UM abraço para a Póvoa)

 

 

(Este sou eu! A alma é a mesma! O corpo está diferente, cresceu! As memórias são desse tempo menino!


20.05.07

 

PAMPILHOSA DA SERRA À NOITE

 

 

SIGA A FESTA
Rogério Martins Simões
 
Continuo a pensar que a promoção deste quase abandono das terras do interior – da Beira Serra – foi e é um grave erro político.
Quem conhece a Pampilhosa da Serra sabe que a maior parte da população é constituída por idosos. Quem lá vive, e conheceu o “antigamente”, repara, apesar de algumas melhorias levadas a termo pelas Comissões de Melhoramentos e pela Câmara Municipal, que a juventude tende a “fugir”, como sempre…
 
O desenvolvimento de um turismo “de ar puro”, de “pura água cristalina”, irá ter no futuro um enorme incremento e a Beira Serra tem todas as condições para ser um dos locais preferidos.
Mas um desenvolvimento não se pode fazer sem ter em conta a preservação dos sinais, dos locais, dos vestígios culturais de um povo. Perdoem-me: fico muito triste ao ver casas medievais arrasadas sem intervenção arqueológica. Salvaguardando a existência de carta arqueológica do concelho, que desconheço; considerando as notícias e os documentos históricos que nos dão conta daqueles locais terem sido povoados por povos primitivos uma questão paira na minha cabeça: onde pára o espólio arqueológico do Concelho? Talvez o defeito seja meu – tenho participado desde 1961 em trabalhos arqueológicos medievais e olho os sítios de uma diferente forma.
Talvez me preocupe demasiado… com estes assuntos. Porém, tomem a devida nota: daqui a alguns séculos haverá pelas serras grupos de arqueólogos a procuraram o que indevidamente destruíram, deixaram destruir e irão destruir.
Não se culpe o povo! O povo que não dá valor a cacos velhos partidos.
- Ainda que fosse algum tesouro!?
O maior tesouro da Pampilhosa está no seu povo e nos sinais da sua presença – na sua riqueza cultural que se vai definitivamente arrasando.
Deixando estas considerações o Concelho da Pampilhosa da Serra carece de mais infra-estruturas, de estradas sem curvas a ligar às grandes redes viárias. O Concelho na Pampilhosa da Serra e a Beira Serra apesar de serem o pulmão de Portugal, e fonte quase inesgotável da água que abastece Lisboa e não só, não foi, nem é compensado, bem pelo contrário: é simplesmente votado ao abandono. Mais uma vez lhes digo, virá o dia em que a água terá mais valor que então extinto petróleo e o ar serão disputados pelos povos.
O Lar da Pampilhosa da Serra e a fixação de idosos às suas velhas aldeias é um exemplo a seguir e a fomentar. Existe acompanhamento e assistência no domicílio a idosos que, assim, continuam ligados às suas aldeias. Seguindo esta ideia, sabendo e conhecendo que muitas aldeias já estão abandonadas definitivamente, penso que poderiam ser apoiadas essas aldeias e lugares, criando condições de vida para lá morarem os idosos que quisessem em vez de os colocarem em “silos”. Falo concretamente em habitações - casas individuais ou colectivas com todas as condições. Falo em disporem de equipamentos de lazer, falo em investimento em criação de postos de trabalho.
Dou mais uma vez o exemplo da aldeia onde meu pai nasceu, a PÓVOA. Os idosos que por lá vivem são bem mais felizes que os colocados em lares da terceira idade: Mulheres e homens jogam às cartas na casa do povo, semeiam e cultivam pequenas hortas, próximas de casa e, agora que finalmente o Governo “acordou” para a injusta perseguição aos produtos tradicionais, talvez possam voltar a criar alguns animais para consumo caseiro, como sempre o povo criou.
Talvez volte a “petiscar” uma canja de galinha ou uns torresmos sem serem de “aviário”.
Esta é a mensagem que vos quero deixar, num tempo de festas, num tempo de aldeias e casas cheias. Pena que seja curto e novamente o povo trilhe os caminhos da diáspora. Mas os tempos são de “mudança”! Siga a festa!
Lisboa, 5 de Agosto de 2008
Rogério Martins Simões
 
   


 

PÓVOA

Todos os poemas escritos e publicados neste blog

da autoria de Rogério Martins Simões,

ou sob pseudónimo, ROMASI,

estão devidamente protegidos pelos direitos de autor.

(Registados no Ministério da Cultura

- Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C. –

Processo n.º 2079/09)

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Memórias e poesia de um Beirão

nascido em Maio de 1922.

.Poesia e muita sabedoria de um poeta serrano com 91 anos



Obrigado pela visita ao blog do meu pai,

homem notável, impedido de estudar

por ter ficado órfão de pai e mãe aos 14 anos.

A sua memória é notável

sabe de tudo

é uma casa cheia!

Viva a poesia.

e se a vida não nos conhecer

porque nos esqueceu,

lembremos à vida que existimos e vivemos.

Obriga meu querido pai

por me ter ensinado

a escrever poesia

Seu filho, vosso filho

Rogério Martins Simões



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