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PÓVOA - PAMPILHOSA DA SERRA

José Augusto Simões, nasceu na Póvoa Pampilhosa da Serra em 1922 Faleceu em 2016

José Augusto Simões, nasceu na Póvoa Pampilhosa da Serra em 1922 Faleceu em 2016

 

DEDICATÓRIA

 

Blog dedicado a meu pai

JOSÉ AUGUSTO SIMÔES

Nasceu em 1922 e faleceu em 2016

E ao seu povo que o viu nescer.

Um Povo só é grande quando tem história.

A Póvoa tem uma bonita história:

a riqueza e a pureza do seu povo.

Esta é a homenagem e o agradecimento

 que presto a tão grande homem e ao poeta.

Do seu filho

Rogério Martins Simões


25.02.15

11300110.JPG

BEIRA SERRA

José Augusto Simões

 

Conheço a Beira Serra

É bonita não é feia:

Montanhas, montes e vales

Muita terra e pouca areia.

 

Os matos dos seus terrenos,

Cheios de encanto e beleza,

Todos ali foram criados

Pelo poder da natureza

 

Falando da sua existência

Não é uma palavra em vã

Toda a Beira Serra começa

Na linda vila da Lousã

 

Chegando ao Vilarinho

Começa a subir e não erra:

Três Concelhos se juntam

Góis, Arganil e Pampilhosa da Serra.

 

Três serras bem conhecidas

Fazem a Beira mais bela:

Serra da Lousã e do Açor

E a linda serra da Amarela

 

Havia tantas aldeias

Dispersas por todas as serras

Todas tinham muita gente

Cultivando as suas terras

 

Era tudo gente pobre

Todos mudaram de ideias

Pensaram mudar de vida

Abandonaram as aldeias

 

Era gente de trabalho

Conseguiram uma vida boa

Emigraram para o estrangeiro

A maior parte para Lisboa

 

As aldeias abandonadas

Ruas estreitas e vielas

São agora habitadas

Por veados e gazelas

 

Pudera voltar a subir

Do Vilarinho ao Trevim

Vendo esses frescos matos

E a flor do alecrim

 

Pudesse descer outros caminhos

Com alegria e saudade

Iria fazer a última visita

À Senhora da Piedade.

 

Maio de 2008

 


21.06.09

 

Foto da NATIONAL GEOGRAPHIC

 

 

Os poemas de José Augusto Simões e de seu filho, Rogério Martins Simões, foram plagiados.
Coloco aqui algumas reflexões sobre a paternidade da obra destes ou de outros autores. De acordo com o C.D.A.D.C. o direito de autor é reconhecido independentemente de registo, depósito ou qualquer outra formalidade (ver artigo 12.º).
Nestes termos a poesia de José Augusto Simões encontra-se salvaguardada. Aos piratas que já a plagiaram posso afirmar que dispomos de provas suficientes em como os poemas e artigos foram mesmo escritos por José Augusto Simões.
A mim, seu filho, mete-me “nojo” detectar poemas do meu querido e amado pai contrafeitos e/ou usurpados.
Àqueles que, sem qualquer dignidade, nem respeitaram um poeta com 87 anos quero dizer que, certamente, desconhecem a têmpera e o sentido de injustiça, ou de justiça, do povo BEIRÃO.
Eu, poeta plagiado e com uma costela de Beirão, sempre por lá ouvi chamar ladrão quem rouba.
Irei nesta luta até ao fim!
Rogério Martins Simões
Algumas reflexões sobre a Lei 16/08 de 1 de Abril que aprova as alterações ao Código Direitos Autor e Direitos Conexos e o publica integralmente actualizado. Seguidamente designado por C.D.A.D.C.
1.      De acordo com o n.º 33 da Lei 16/08 de 1/4 até a obra anónima está protegida durante 70 anos. Sobre este assunto veja também o artigo 29.º;
2.      Estes poemas não caíram no domínio público apesar de editados por mim na sua forma original. Veja o artigo 38.º do código do Direito de Autor e dos direitos conexos C.D.A.D.C. actualizado pela atrás citada Lei;
3.      Quanto à paternidade da obra, identificação do autor e protecção do nome, aconselho a ler os artigos 27 a 29º;
4.      O direito de autor é reconhecido independentemente de registo, depósito ou qualquer outra formalidade (ver artigo 12.º). A titularidade está consagrada no artigo 11.º do CDADC;
5.      É punido com as penas previstas no artigo 197.º quem se arrogar a paternidade de uma obra ou de prestação que sabe não lhe pertencer e, conforme ponto b), quem atentar contra a genuinidade de uma obra ou prestação, praticando acto que a desvirtue e possa afectar a honra ou reputação do autor ou do artista. Ver artigo 198.º;
6.      Se o artigo 198.º do CDADC prevê penalização para a violação do Direito Moralquem se arrogar a paternidade da obra, já quem a utiliza como sua comete o crime de “CONTRAFACÇÃO” nos termos do artigo 196.º;
7.      Existe, ainda, o crime de USURPAÇÃO: Comete o crime de usurpação quem, sem autorização do autor ou do artista, …, utilizar uma obra ou prestação por qualquer das formas previstas neste código;
8.      Resta a outra figura jurídica consagrada no artigo 199.º do Código. Assim, comete o crime de “APROVEITAMENTO DE OBRA CONTRAFEITA OU USURPADA” quem vender, puser à venda, importar, exportar ou por qualquer modo distribuir ao público obra usurpada ou contrafeita… será punido com as penas previstas no artigo 197.º. De acordo com o n.º 2 a negligência é punível com multa até 50 dias;
9.       Como podem constatar na alínea b) do artigo 198.º do CDADC consagra o crime de “APROVEITAMENTO DE OBRA CONTRAFEITA OU USURPADA” por ter distribuído ao público obra usurpada ou contrafeita. Ver artigo também 199.º;
10. Finalmente, quero alertar para o n.º 1 do artigo 196.º do CDADC. Comete crime de contrafacção quem utilizar, como sendo criação ou prestação sua, obra, …por tal modo semelhante que não tenha individualidade própria. Sobre este assunto vejam ainda o n.º 2 e 3;
11. Volto ao que sempre disse e me comprometo. Eu não sou um comerciante de poesia. A poesia não tem preço! Poderá para alguém ter apreço – todos aqueles que tiveram por mim respeito. Pelo que digo e reafirmo nunca proibi a divulgação, a récita ou a cópia dos meus poemas para fins meramente pessoais, mas, não comerciais. Todavia, considerando os factos, irei repensar uma possível compilação em livro. Até tomada final de uma decisão exijo aos plagiadores que me apresentem desculpa bem como para os leitores da minha poesia que se sentem também lesados. Aos que cometeram os crimes de USURPAÇÃO E CONTRAFACÇÃO previstos nos artigos 195.º e 196.º (aqueles que chamaram de sua a minha poesia) não permito o que autorizei aos amigos da poesia. A esses quero dizer basta!
Rogério Martins Simões

 


23.03.08

 

 

(Óleo Sobre tela da autoria de

 

Elisabete Maria Sombreireiro Palma)

 

 

Agradecimento

 

Este quadro da autoria da minha esposa, que bem conhece a Póvoa, retrata e bem a vida deste bom povo. Obrigado è BETE

 

 

PÓVOA

Rogério Martins SImões

Se há algo que recordo são os lugares e as pessoas que me dizem qualquer coisa.

Recordo perfeitamente a Pampilhosa da Serra onde ia à feira, à missa e ao pão, com minha tia Laura Simões e a minha prima Almerinda Simões.

 Lembro-me de irem todos juntos, juntos, sempre, como os da Póvoa.

Da Póvoa recordo tudo, ou quase tudo – menos os nomes dos mais velhos, mas, ainda os vejo como eles eram. É interessante que, depois de tantos anos, ainda tiro parecenças aos mais novos daqueles que bem conheci.

Nunca vi uma porta de casa fechada à chave e não havia notícia de por ali alguém roubar.

Roubar só se fosse algum coração de menina – eu era e sempre fui um apaixonado…

Tinha e tenho muitos amigos, na Póvoa, desse tempo menino. Corríamos todos os poços, todas as hortas, todos os caminhos. Fumávamos às escondidas cigarros feitos de capas e barbas de milho. Juntos éramos traquinas! Aprendi, com os da aldeia, a procurar restos de bombas de foguetes, que não tinham rebentado, e a sorte esteve pelo nosso lado quando as fazíamos explodir debaixo de uma pedra ou de uma lata.

Foi ali que aprendi a jogar às cartas e foram tão bonitos esses tempos.

Apesar de só lá estar três meses seguidos, em cada ano, fiz sempre muitos amigos entre os mais idosos. Gostava de trabalhar e de ajudar os outros. Às vezes estorvava! Mas apreciava tanto uma viagem num carros de bois do ti Manuel Mendes. Era tão meu amigo que chegou a emprestar-me um jumento para ir até Moninho.

Oh Laura! O garoto é trabalhador! Dizia o avô do César.

Era de facto trabalhador e estava sempre pronto para regar as hortas, tal como apanhar os girinos nas águas que escorriam da fonte velha a caminho do Polome. Junto ao Polome ferravam os animais de trabalho e ali perto enterravam as tripas das cabras para a festa do 3 de Setembro.

Depois recordo a chegada ao Polome e a visita dos que lá viviam. Lá estava sempre pronto para nos receber o TI-António do Vale Serrão. Perto de sua casa vi pela primeira vez o grão e existia o forno da telha.

As casas estavam quase todas ocupadas e as hortas tratadas.

O fumo da lareira saía pelas telhas ou pelos “janelos”

O galo cantava e as galinhas passeavam-se pelo mato que cobria os caminhos da aldeia.

Ainda sinto os cheiros, os sons, as cores, o calor do verão, a fonte velha e a sua água refrescante.

O Cântaro na casa da Eira, as panelas de ferro, a caçoila em cobre, o borralho e a braseira.

Como era gostoso ir para a Feteira apanhar figos,os abrunhos e os morangos que cresciam nas paredes da horta! As flores! Os cachos. As ginjas e as maças.

Como vêm estou marcado. Sou um poço de saudade!

Não! Não me entendam que a minha saudade é de um tempo que não volta, (mocidade perdida). É e será difícil entender quanto eu amo a Póvoa e as suas gentes – parentes.

A minha saudade são os afectos, as recordações de tanta gente boa que nem me atrevo a citar um só nome.

A minha saudade é de ter vivido em liberdade cimentando a minha formação e alicerçando em valores a minha vida. Aquela gente ensinou-me a dar e a receber. Ensinou-me a repartir e a não estragar o pouco que tinham. Aquela gente ensinou-me a amar.

Convidem-me para provar as filhós da aldeia e o bolo doce com uma folha de figueira a servir de forma. Comerei a sopa de feijão entulhada com couves e faceira de porco. Derreter-me-ei com o lombo de porco retirado da panela de barro e um pedaço de broa com presunto. E se tiver frio dormirei num palheiro ou no sobrado por cima do curral das cabras!

Agora tenho de ir! Não posso nem devo fazer esperar o povo. O povo não parte sem mim, nem eu parto sem o povo! Vamos todos com os da Póvoa!

 

 

 

(Fotografia actual da Póvoa, obtida hoje, pela arte do amigo Luís Gonçalves.

- Que inveja! Amigo Gonçalves! Então, ainda está à lareira? Que frio!

Nada há melhor que o calor humano, uma boa lareira e um bom medronho.

UM abraço para a Póvoa)

 

 

(Este sou eu! A alma é a mesma! O corpo está diferente, cresceu! As memórias são desse tempo menino!

Todos os poemas escritos e publicados neste blog

da autoria de Rogério Martins Simões,

ou sob pseudónimo, ROMASI,

estão devidamente protegidos pelos direitos de autor.

(Registados no Ministério da Cultura

- Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C. –

Processo n.º 2079/09)

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Memórias e poesia de um Beirão

nascido em Maio de 1922.

.Poesia e muita sabedoria de um poeta serrano com 91 anos



Obrigado pela visita ao blog do meu pai,

homem notável, impedido de estudar

por ter ficado órfão de pai e mãe aos 14 anos.

A sua memória é notável

sabe de tudo

é uma casa cheia!

Viva a poesia.

e se a vida não nos conhecer

porque nos esqueceu,

lembremos à vida que existimos e vivemos.

Obriga meu querido pai

por me ter ensinado

a escrever poesia

Seu filho, vosso filho

Rogério Martins Simões



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