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PÓVOA - PAMPILHOSA DA SERRA

José Augusto Simões, nasceu na Póvoa Pampilhosa da Serra em 1922 Faleceu em 2016

José Augusto Simões, nasceu na Póvoa Pampilhosa da Serra em 1922 Faleceu em 2016

 

DEDICATÓRIA

 

Blog dedicado a meu pai

JOSÉ AUGUSTO SIMÔES

Nasceu em 1922 e faleceu em 2016

E ao seu povo que o viu nescer.

Um Povo só é grande quando tem história.

A Póvoa tem uma bonita história:

a riqueza e a pureza do seu povo.

Esta é a homenagem e o agradecimento

 que presto a tão grande homem e ao poeta.

Do seu filho

Rogério Martins Simões


14.02.21

Este será certamente um marco importante na minha vida. Meu pai com 84 anos, poeta e homem bom voltou a escrever um magnífico poema.

Os poetas são assim. De repente quando menos se espera ressuscitam nas palavras

Reparto convosco este momento de muita felicidade, pois desta vez “meu mestre” resistiu à tentação de escrever e não rasgar.

Por vezes um homem chora. Hoje choro de felicidade com a beleza deste poema

Pai,

Que montanha nos reserva o futuro

Se o futuro passou sempre por suas mãos?

Beijo as suas mãos, meu querido pai!

Rogério Martins Simões

 

NOTA: Meu saudoso pai faleceu 10 anos depois de ter escrito este belo poema. Meu pai

Está agora no alto da sua montenha,

Que saudade meu pai,

 

A MONTANHA

(José Augusto Simões)

 

Subi a montanha

Para ver a beleza

Queria falar sozinho

Com a natureza

Olhei para o céu

Mas não vi ninguém

Só vi umas nuvens

Em forma de véu

Ao chegar ao alto

Era muito cedo

Havia uma voz

- Tu não tenhas medo

Chegando ao cimo

Logo me deitei

Tudo era um sonho

Quando acordei

Desconhecia tudo

Onde me encontrava

Queria subir mais alto

Mas não tinha estrada…

Olhei para o lado

E vi um caminho

Uma voz me disse

Não subas sozinho

Pensei duas vezes

Não quis arriscar

Do alto do monte

Já só via o mar…

Como era tarde

Pensei em descer

O medo era tanto

Que me fez tremer

Assim a tremer

Vi uma escadaria

Eu desci por ela

Mas vi o que queria…

15/8/2006

 


11.11.19

telabete1.jpg

SOMOS VERSOS

Rogério Martins Simões

 

Na poesia somos versos

Tão iguais mas tão diversos

Somos beijos deste enlevo.

E as pérolas do teu olhar,

Que ao meu fazes chegar,

São letras do que te escrevo.

 

Meus versos, não os escondas.

Nem os atires às ondas

Nem os deixes ao luar.

Que há tanta poesia em ti

Nos poemas que te escrevi

P´ra eternamente te amar.

 

Numa folha de papel

Reescreveste a pincel

Um poema que te fiz.

Não esquecerei o prometido

E fiz dele o meu cupido

Neste amar que sempre quis

 

E no silêncio profundo

Quando me afasto do mundo

Por caminhos tão diversos.

Recordo o que te escrevi

Pois sempre verei em ti

A musa dos nossos versos

Praia das Bicas, 05/11/2019 15:03:20

(À Bety e com muito carinho: à nossa amiga Luísa Santa)

SEM VONTADE PARA RIR; SEM MOTIVOS PARA CHORAR

Existem momentos na vida em que a vida pára à espera daquele diagnóstico que não se espera. Parece que tudo nos cai em cima e por mais que se lute contra as contrariedades próprias da vida, só quando se conhecem os resultados se entendem os sentidos: Ou se dobram os sorrisos; ou se desdobram os choros.

O poema que acabaram de ler tem um simbolismo diferente que o torna e o transforma num marco na vida. Este meu poema – “Somos Versos” foi escrito num caderno, entre uma longa espera, que não se espera, e aquele espaço no tempo em que não se tem qualquer vontade de rir nem motivo para chorar.

Chegámos cedo e ainda tinha lugar sentado junto da minha companheira que tinha hora marcada. Depois, enquanto a esperava e desesperava para saber se poderia rir, tivemos de adiar os sorrisos para o próximo dia 16.

Enquanto ali estava pensava. (Todos pensam e repensam naquela situação) e como o tempo de espera duplicava desci as escadas de pedra e por ali andei às voltas esquecendo até que pouco andava mas andei a pé e estava a chegar aonde os meus passos me levavam.

Não estava longe do ponto de partida, nem do tempo que a minha linda mulher ainda por ali esperava.

Quando reparei em mim estava à entrada do local onde decorreu a apresentação do meu livro GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO: no NOVOTEL e tinha percorrido uma grande parte da Avenida José Malhoa e outras adjacentes.

Sem ter qualquer plano ou sequer ter pensado em ali voltar, ali acordei fazer a apresentação do meu novo livro “POEMAS DE AMOR E DOR”.

No próximo dia 16 estaremos de volta aos corredores dos silêncios amedrontados onde ficarei à espera da Elisabete que raramente perde o sorriso. Ali tão perto de um local onde em 2014 me senti feliz.

No dia 23 de novembro lá vos esperamos com POEMAS DE AMOR E DOR no NOVOTEL pelas 16 horas.

SEJAM TODOS FELIZES

Meco, 11/11/2019 22:36:30

 

 

 


25.10.19

pad venda.JPG

POEMAS DE AMOR E DOR

 

Em conformidade com a informação recebida da “Chiado Books” o meu segundo livro intitulado “Poemas de Amor e dor”

“Está já disponível para venda nos seguintes pontos:

CHIADO;

Fnac;

Bertrand;

Wook.

 

Foi também enviado para os seguintes pontos livreiros:

 

Café Literário Chiado

Rua de Cascais, 53

1300-260 Lisboa

  

Livraria de José Alves

Rua da Fábrica, n.º 74

4050-246 Porto

 

Livraria Esperança

Rua dos Ferreiros, 119

9000-082 Funchal

     

Livraria Oswaldo Sá

Rua 25 de Abril, 435

4710-913 Braga       

 

Europa-América Parede

Rua José Relvas, 15 B/C

2775-222 Parede

                   

Europa-América Lisboa

Av. Marquês de Tomar, 1-B

1050-152 Lisboa

 

Mais se informa que ainda posso indicar o local e a data da sua apresentação e ainda estou à espera que o livro seja colocado em destaque na FNAC em vez da Bertrand. Devo dizer que o contrato por mim assinado refere a Bertrand.

 

Finalmente sugiro que adquirem o livro nos locais assinalados.

 

 


12.03.17

IMG_0759.JPG

 

A ESCOLA NOS ANOS 30 DO SÉCULO XX

José Augusto Simões

 

Por caminhos, mato e rochedo,

Com os livros dentro da sacola,

Que em dias de vendaval metia medo,

Sempre contentes para chegarem à escola.

 

Mais de uma légua era a jornada.

Mas as crianças gostavam de aprender:

Mesmo em dias de chuva e trovoada,

Corriam alegres sem nada temer.

 

Sempre prontos para sair da cama,

Mesmo a chover ninguém os detinha,

Assim levavam toda a semana,

Levando para o almoço: broa e sardinha.

 

Servia de escola uma casa antiga,

Sem eletricidade, água e sanitários,

As crianças chegavam sem qualquer fadiga…

Alegres faziam os seus trabalhos diários…

 

Mais de oitenta alunos, um só professor,

Quatro classes em cinquenta carteiras,

No final da primeira já era conhecedor:

Da matéria da quarta e das três primeiras.

 

Saída ao meio-dia de saco na mão

Na rua e no terreiro soltavam a asa…

Comem a broa sentados no chão

Os meninos da Vila almoçam em casa…

 

Depressa comem para pular!

A tudo o que vêm eles acham graça.

Inventam maneiras para brincar,

Todas as brincadeiras acabam na praça.

 

À uma hora já estão na escola,

Fazendo os trabalhos e tendo na ideia:

Que às três da tarde pegam na sacola,

Se juntam, e regressam à aldeia.

 

Tudo se passou nos anos trinta do século passado,

Eu era um desses alunos que ia para a escola,

De todo esse tempo estou bem lembrado:

Pudera eu hoje voltar a pegar na sacola…

 

Nunca mais me esqueço dessa escravidão

Descalço, molhado: fui mesmo um bravo

Comia a broa, e sardinha, sentado no chão

Hoje reconheço que era um escravo…

Lisboa, 5 de Novembro de 2011

(Memórias de José Augusto Simões quando frequentava a escola primária na Pampilhosa da Serra ou “POR CAMINHOS MATOS E ROCHEDOS” percurso diário entre a Póvoa e a Pampilhosa da Serra)

 


12.12.16

IMG_1236.JPG

 

 

POESIA NO PRATO

Rogério Martins Simões

 

Lembra-se, meu pai,

Quando à sua mesa

Nos trocava a sobremesa

Por poesia no prato…

 

Diga-me, agora, meu pai:

Se por aí há olhares desesperados,

Mãos crispadas,

Rezas nos dentes…

 

Diga-me meu pai:

Se o sofrimento é tão só por aqui;

Se nos céus são todos iguais;

Se as regras são transparentes;

E se no inferno só ardem os maus…

 

Diga-me meu pai:

Se aí há lugar para os dementes…

Para os falazes…

Para ricos

Para os capazes

Para pobres, ou doentes.

 

Diga-me meu pai:

Se há por aí poesia

Se já conhecem a magia

Dos seus contos de encantar.

 

Nada me diz, não importa…

Mas se o céu, para si, não for boato…

Terá sempre aberta a minha porta:

E esta saudade com a poesia no prato…

 

(Meco Café) Meco 12/12/2016 12:23:39

(Para publicar no próximo livro de poesia)


07.03.15

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MEU AMOR DEU-ME UMA ROSA

José Augusto Simões

 

Meu amor deu-me uma rosa

Do jardim da sua mãe:

Uma rosa tão mimosa

Nem sei o valor que tem.

 

Eu tinha a rosa na mão

Não sabia onde a guardar

Guardo-a no teu coração

Enquanto a rosa cheirar.

 

Se a tiro da minha mão

Outras a podem cheirar

- Eu só tenho um coração

Guardado para te dar.

 

Se me deres o teu coração

O teu ao meu vou juntar:

Assim, num só coração

No meu jardim vou guardar.

 

O jardim da minha mãe

Não tem rosas ao luar

Só tinha a que te dei, meu bem

Já não tem outra para dar.

 

Lisboa 4 de agosto de 2013


06.03.15

IMG_2549_1.JPG

 

O OUTEIRO

José Augusto Simões

 

Pensei em subir ao outeiro

Para ver as mais lindas flores:

Fiquei cercado pelo nevoeiro

E por flores secas sem cores.

 

Era muito cedo e esperei,

Pela luz do meu desencontro:

Vi nascer o astro rei

Que veio ao meu encontro.

 

Quando o sol brilhou

Ficou tudo num manto:

Tudo se transformou

Era assim o meu encanto.

 

Ficou linda a paisagem

De matos todos garridos

Estavam bem disfarçados

Todos os matos floridos.

 

Quando olhei para o alto,

Avistei uma planta airosa.

Subi ao cume num salto

E encontrei uma linda rosa.

 

A rosa era muito nova,

Nem sequer lhe pus a mão,

Mas deixei-lhe uma trova,

Que se espalhou pelo chão.

 

E um canto do céu desceu,

Logo quis saber quem era,

Uma voz me respondeu:

Que era a linda primavera.

 

Quando ouvi tal alegoria

Todo o meu corpo estremeceu

Dei um grito de alegria

“A Primavera não morreu”

Lisboa 2010

 


25.02.15

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FUI AO RIO PARA VER TRUTAS

José Augusto Simões

 

Fui ao rio para ver trutas

Num dia de muito frio

Mas só encontrei grutas

Nem sequer havia rio

 

Apareceu uma menina

A pouca distância se sentou

Onde estás era uma mina

Que a natureza aí deixou.

 

Vi que vinhas enganado

De longe te acompanhei.

Ficaste admirado

Dos passos que por ti dei.

 

A truta que queres ver

Aqui a tens a teu lado

Trago uma carta para ler

Para recordar o passado…

 

É um passado de amor

Escrita que a carta contém.

Eu não sinto qualquer dor

Fizemos tudo por bem.

 

Segredos que a vida tem

Só o sabemos os dois

Nem o sabe minha mãe

Nem o saberá depois

 

Segredos que a vida tem

É uma coisa sagrada

Só tu o sabes meu bem

Ninguém pode saber nada.

 

Lisboa, 19 de Agosto de 2013

 


10.12.14

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ÁGUA DA FONTE

José Augusto Simões

 

Fui buscar água da fonte,

P´ra minha casa levei,

Passei uma velha ponte,

Outro caminho não sei.

 

Deitei-o na cantareira,

No dia seguinte voltei,

Quando cheguei à lareira,

O Cântaro não encontrei.

 

Quem a minha água tirou,

Sabia que ela era minha:

Água e o cântaro levou

Da minha casa velhinha.

 

O cântaro da cantareira,

Eu sei bem quem o levou,

Fez isso por brincadeira,

Mas bem sabe que pecou.

 

Deixou um papel escrito:

- Muito te quero dizer

Sabes bem o que tens dito…

Foste à fonte sem me ver.

Lisboa, 18 de Agosto de 2013

 

Todos os poemas escritos e publicados neste blog

da autoria de Rogério Martins Simões,

ou sob pseudónimo, ROMASI,

estão devidamente protegidos pelos direitos de autor.

(Registados no Ministério da Cultura

- Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C. –

Processo n.º 2079/09)

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Memórias e poesia de um Beirão

nascido em Maio de 1922.

.Poesia e muita sabedoria de um poeta serrano com 91 anos



Obrigado pela visita ao blog do meu pai,

homem notável, impedido de estudar

por ter ficado órfão de pai e mãe aos 14 anos.

A sua memória é notável

sabe de tudo

é uma casa cheia!

Viva a poesia.

e se a vida não nos conhecer

porque nos esqueceu,

lembremos à vida que existimos e vivemos.

Obriga meu querido pai

por me ter ensinado

a escrever poesia

Seu filho, vosso filho

Rogério Martins Simões



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